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Comendo no escuro
Dois projetos em São Paulo promovem sessões de cinema com menus criados por chefs; a cidade recebe também a primeira edição da mostra Doc Gastronômica
Um cinema que dá fome. Seja pela comida servida durante a sessão --uma refeição completa, muito além da costumeira pipoca--, seja pela temática do filme projetado na tela, a combinação entre as duas áreas rende projetos no Brasil e pelo mundo.
Por aqui, nas próximas semanas, três eventos em São Paulo vão aproximar a sétima arte da gastronomia.
No dia 15, será lançado o projeto Banquetes de Cinema nas salas VIP do shopping JK Iguatemi. Será servido um jantar assinado pelo chef Benny Novak (Ici Bistrô) para acompanhar a pré-estreia de "Diana", drama sobre a princesa britânica (1961-1997).
Também em outubro, o CineSesc terá oito sessões de obras brasileiras, como "Xingu" (2012) e "Tropicália" (2012), combinadas com pratos preparados por banqueteiros, dentro da programação da Semana Mesa SP.
Entre os dias 23 e 25 deste mês, será realizada a primeira edição da mostra Doc Gastronômica, com curadoria de Janka Babenco, filha do cineasta Hector Babenco.
Serão reunidos 20 documentários de diferentes países sobre alimentação, grande parte produções independentes. As exibições, gratuitas, serão no Cine Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
O movimento na capital paulista segue modelo de grandes cidades mundo afora.
"[Cinema e comida] São experiências que conversam profundamente entre si", diz à Folha o alemão Thomas Struck, que há oito anos é o curador da mostra de cinema culinário do Festival de Berlim, cuja próxima edição será em fevereiro. "Ambos devem trazer mensagens de sobrevivência, iluminação e prazer", reflete.
"O gênero food film' está se estabelecendo cada vez mais. Mais e mais pessoas acham que o denominador comum a todos os tipos de grandes problemas locais e globais é a comida", diz Janno Lanjouw, organizador do Amsterdam Food Film Festival, que no início do ano que vem chegará à quarta edição.
Já no festival Food Film de Nova York, que ocorre de 23 a 27 do mês que vem, a ideia é misturar a projeção com a realidade. Comer o que se vê na tela é o mote do evento, que é realizado há sete anos e nesta edição apresentou crescimento de 30% no número de filmes inscritos.
