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Crítica restaurante

Casa na zona sul peca por amadorismo no serviço

Peito de galinha-d'angola com cuscuz é boa pedida no sofisticado Diogo 554, cujo cardápio tem erros de grafia

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

Depois de uma fase de "soft opening" interrompida por uma mudança na sociedade e da volta à atividade no início do mês, o restaurante Diogo 554 sofre uma contradição entre a sofisticação do endereço e das instalações e detalhes muito precários na operação.

Não que se coma necessariamente mal ali. Mas há toques tão amadores que fica difícil entender que se está num dos bairros (e no térreo de um dos edifícios) mais caros da cidade.

É neste ponto da Vila Nova Conceição, ricamente decorado, que explodem detalhes como um cardápio em que mostarda de Dijon é grafada "D'Jon", mousseline de lagosta se escreve "Mussolini" (sim, com maiúscula, o "Duce" em pessoa) e a raça japonesa wagyu vira "waguil".

Também nessas paragens tão refinadas pega mal, ao se oferecer água, já ir servindo uma marca muito mais cara, sem consultar o cliente (ter águas importadas é uma sofisticação; impingi-las distraidamente é malandragem).

Descrever os pratos no cardápio com adjetivos do tipo "espetacular rávioli [sic] de vitelo" é antiquado e, hoje em dia, se espera uma modéstia maior do que propor um "inesquecível Chateubriand com alho negro" --embora o adjetivo tenha sido profético (a alta peça, pedida malpassada, veio tão cozida que se tornou inolvidável).

O couvert com pães amontoados tampouco orna com a pompa do salão. Tais sintomas de amadorismo (que num lugar mais simples chamariam menos a atenção) talvez se devam ao fato que os sócios não são do ramo --Rodrigo Lopes, 27, é empresário de brinquedos, e Clovis Gomes, 49, da construção civil (embora tenha sido sócio de restaurante por três anos).

Resta a cozinha, irregular mas com algumas qualidades, do chef Marcelo Rodrigues, 32, que começou na profissão em Londres e, nos últimos anos, foi consultor e chef em caterings e restaurantes no Brasil.

São dele a mezzaluna de abóbora com vieiras salteadas (estas perdidas no molho de tomate e cozidas demais); a gostosa minilasanha de berinjela com molho de tomate e parmesão gratinado; um ceviche de peixe-prego um tanto ácido; e o robalo na manteiga de ervas e legumes.

Ainda, o magret de pato (enorme, talvez por isso mais duro do que o comum) com purê de cará; o peito de galinha-d'angola com cuscuz brasileiro (a melhor pedida); o bife tipo Kobe (no ponto pedido) com batatas e molho de vinho. Na sobremesa, tiramisù (com overdose de creme) e "vacherin" de morango.

DIOGO 554
ENDEREÇO rua Diogo Jacome, 554, Vila Nova Conceição, tel. 0/xx/11/3044-5229
HORÁRIO seg., das 12h às 16h; ter. a sáb., das 12h às 16h e das 19h30 à 0h
AMBIENTE salão elegante cortado por uma dramática escada que leva ao salão no piso superior
SERVIÇO no almoço, totalmente amador; no jantar, mais profissional
VINHOS carta enxuta, com possibilidades em várias faixas de preços
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 12 a R$ 28; pratos principais, de R$ 28 a R$ 169; sobremesas, de R$ 12 a R$ 24


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