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Mercado de comida enfrenta estagnação

Bares e restaurantes devem ter crescimento zero em 2013; alta de custos e freio na economia são os responsáveis

Melhora na confiança do consumidor e Copa do Mundo fazem setor crer em recuperação a partir do ano que vem

GUSTAVO SIMON DE SÃO PAULO

O mercado de bares e restaurantes do país não deve crescer neste ano.

A Folha apurou que o setor espera fechar 2013 com um faturamento da ordem de R$ 95 bilhões --cerca de 7% a mais do que os R$ 88,6 bilhões do ano passado.

Mas, como o governo trabalha com previsão de inflação próxima a 6%, o aumento representaria pouco mais que a correção inflacionária.

"É uma completa frustração; esperávamos crescimento real de 5%", diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

"Mas esse empate não pode deixar de ser considerado uma vitória."

Isso porque algumas regiões chegaram a registrar prejuízos de até 10% no primeiro trimestre.

O balanço oficial ainda depende dos resultados de novembro e dezembro; a expectativa para eles é otimista, mas insuficiente para um resultado positivo no ano.

O faturamento abaixo do previsto se explica principalmente por uma alta nos custos. Segundo Solmucci, a inflação média para o setor foi de 12% (o dobro da oficial): o custo da mão-de-obra subiu acima de 10%, e mudanças na tributação elevaram o valor de bebidas em até 20%.

"Como não podemos repassar tudo para os clientes, a rentabilidade despenca", diz.

Outros fatores geraram problemas, ainda que pontuais, em grandes mercados, como São Paulo e Rio: frio intenso em algumas semanas, o rigor na aplicação da lei seca (que afetou o movimento de bares) e as manifestações em junho e julho, que obrigaram comerciantes a fechar as portas em muitas ocasiões.

MARGEM MENOR

Restaurateurs ouvidos pela Folha confirmaram certa frustração com os resultados obtidos em 2013.

"Cumprimos a meta, que era crescer, mas trabalhamos com margem de lucro menor, porque a alta nos custos impactou fortemente o faturamento", diz Roberto Bielawski, dono da rede Ráscal.

Francisco Barroso, sócio do grupo Le Vin, diz que 2013 foi atípico. "Vínhamos de crescimento nos anos anteriores." Apenas as duas casas do Rio do grupo (que tem seis no Brasil) alcançaram o resultado esperado.

Outro fator que contribuiu para a estagnação, na visão dos empresários, foi justamente o superaquecimento recente do mercado.

"Botamos muita lenha nos últimos anos e, em 2013, paramos para olhar as operações com calma, melhorar processos internos. Isso será saudável para voltarmos a acelerar a partir do ano que vem", diz Paulo Kress, sócio do Grupo Egeu.

Ainda que os resultados ruins deste ano possam comprometer investimentos para 2014, a expectativa de melhora na economia e o movimento de turistas durante a Copa do Mundo geram otimismo.


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