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Cubo de gelo custa R$ 20 em marca dos EUA

Empresa, que entrega em outros países, promete pureza e diluição ideais, para água não interferir no gosto do drinque

Experts brasileiros defendem investimento em gelo de qualidade, com menos oxigênio, mas criticam preço

BEL FREIRE SÃO PAULO

Prestes a concluir um mestrado em administração na Universidade da Califórnia, em 2007, início da crise financeira que atingiu os Estados Unidos, o empresário Roberto Sequeira fez o que, para muitos, seria impensável: criou uma empresa que cobra até US$ 10,50 (R$ 22,85) por uma pedra de gelo --a Gläce Luxury Ice.

Segundo Sequeira, que nasceu na Nicarágua, mas mora na Califórnia, o produto custa tão caro porque é esculpido individualmente em blocos com mais de 130 quilos. O objetivo? "Peças perfeitamente transparentes, que maximizam o resfriamento enquanto minimizam a quantidade de diluição, que interfere no gosto do drinque", diz Sequeira. Além disso, a água usada seria purificada de minerais, aditivos e outros poluentes que podem contaminar o sabor das bebidas.

"O gelo, para um barman, é como o fogo para um chef", conta o bartender Spencer Jr., do Isola Bar, em São Paulo, que produz na casa seus gelos. "Um drinque precisa ter a diluição certa e a temperatura ideal para ser bom. Para isso, é necessário um gelo de qualidade e que ele derreta no ritmo correto para aquela determinada bebida."

De acordo com ele, o produto ideal é feito com água potável sem muitos minerais, gases ou cristais.

"Quanto mais oxigênio, menos compacto ele fica e acaba derretendo mais rápido", completa Fábio La Pietra, do SubAstor. Esculpir as pedras de blocos maiores permite selecionar as áreas adequadas, mais límpidas.

Há duas versões do Gläce Luxury Ice. As esferas chamadas Mariko, com cerca de 6 cm de diâmetro e diluição que dura de 15 a 20 minutos, e os cubos G-Cubed, com o mesmo tamanho e taxa de diluição de 15 a 40 minutos.

No site (glaceluxuryice.com), quatro embalagens (duas de Mariko e duas de G-Cubed) com cinco peças cada uma saem por US$ 205 --ou R$ 460 (R$ 23 a peça).

Por US$ 325 (cerca de R$ 762), o cliente recebe em casa 50 pedras de uma das variedades --e o preço de cada peça cai para R$ 15.

Entusiastas do gelo de luxo argumentam que, para os consumidores de bebidas premium, é pertinente investir em um produto de qualidade. Mas as críticas com relação ao preço persistem.

"Na prática, só um degustador profissional conseguiria sentir a diferença entre um gelo bem-feito e um de dez dólares a peça", diz Spencer.

Mas isso não têm impedido que a empresa capte revendedores e clientes como a rede americana de alimentos gourmet Dean&Deluca, os hotéis do grupo The Mandarin Oriental e os restaurantes Prime Steakhouse, do cassino Bellagio em Las Vegas, e o Napa Rose, do complexo Disneyland na Califórnia.

A marca também vende para clientes de outros países, inclusive do Brasil, com entrega em 72 horas feita por empresas como FedEx.

As embalagens, forradas de gelo seco para garantir a integridade das peças, já chegaram a lugares como Índia, França e Itália.


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