Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Comida

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Slow Food 'protege' mais três produtos

Com butiá, bocaiúva e bijajica, chega a 28 os ingredientes e receitas na Arca do Gosto no Brasil; no mundo, são cerca de mil

Catálogo de entidade internacional defende alimentos de comunidades rurais ameaçados de extinção

ANA PAULA BONI EDITORA-ASSISTENTE DE "COMIDA" E "TURISMO"

Pouca gente já ouviu falar de butiá, bocaiúva e bijajica, produtos e receita que correm o risco de desaparecer. Justamente por isso eles foram incluídos na Arca do Gosto --braço da entidade internacional Slow Food que cataloga ingredientes e pratos ameaçados de extinção.

O butiá, fruto pequeno e amarelo, de sabor ácido, é utilizado em sucos e geleias. Sua produção se concentra no Sul. A bocaiúva, da qual também se utiliza tanto polpa quanto castanha, predomina em Estados como Mato Grosso do Sul. Já a bijajica é um bolo de mandioca crua no vapor, cuja produção se concentra no litoral catarinense.

Com eles, são 28 produtos brasileiros na Arca, que conta com cerca de mil outros espalhados por mais de 50 países. O catálogo começou em 1996, mas aqui só tomou corpo em 2006. O primeiro produto registrado foi o guaraná nativo da tribo amazônica dos saterês maués.

O processo de inclusão de ingredientes na Arca envolve a análise de suas qualidades gastronômicas, da produção artesanal e sustentável e de seu risco de extinção. No caso do butiá, o processo levou ao menos quatro anos, conta Adilson Maia Lunardi, da Associação de Agricultores Ecológicos de Santa Catarina.

O risco de extinção é relativizado pela antropóloga Kátia Karam, presidente da Comissão Brasileira da Arca do Gosto. "Não é risco de extinção do ponto de vista botânico, como se houvesse só um exemplar de uma espécie. Estamos falando da importância de um produto ameaçado para a cultura de um grupo."

E como é possível proteger um produto, se a Arca não tem força de lei? Karam explica que é com a divulgação entre chefs (que dão uso aos produtos), pesquisadores (que desenvolvem seu potencial econômico) e os próprios produtores (que garantem a continuidade da produção).


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página