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Não vivemos sem você

Manteiga confere brilho e sabor, dizem chefs; substituto 'saudável', a margarina é alvo de críticas por conta da gordura trans

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A manteiga continua sendo símbolo da cozinha francesa, embora muita coisa tenha mudado nas últimas décadas. "Não a usamos em grandes quantidades", afirma o francês Alain Poletto.

Nos refogados, ele considera a manteiga fundamental. "Se você faz uma sopa de legumes refogados em outra gordura, fica parecendo comida de hospital." Já o azeite, diz, vai bem em receitas mediterrâneas, mas nunca nos cremes. "Como aquece demais, ele frita o legume e tira seu sabor. O certo é refogar na manteiga, em fogo baixo, para dourar sem fritar."

O mesmo vale para bifes --a alta temperatura do azeite, argumenta, altera as propriedades da carne. "Quem não quiser saltear só na manteiga pode aquecer o óleo e, quando ele estiver quente, acrescentar um quarto de colher de café de manteiga."

Poletto é parcimonioso até quando faz camarões à provençal. Os crustáceos, previamente selados em azeite, são regados com molho de manteiga, alho e ervas --sua receita para quatro pessoas leva apenas 40 g de manteiga.

Conterrâneo de Poletto, o chef Jean-Christophe Burlaud, do On Va Manger, privilegia o uso da manteiga na finalização dos pratos. Depois de cozida a vácuo, sua batata ao murro leva uma camada de manteiga de ervas antes de dourar na salamandra.

Já as sopas cremosas ganham uma colherada no prato. "Desafio qualquer um a provar a sopa com e sem manteiga. Não se compara."

No preparo de molhos tradicionais como béchamel (molho branco, com farinha de trigo, manteiga e leite) ou rôti (resultante do cozimento da carne), o papel da manteiga, diz ele, é conferir brilho e alisar a textura. "Não abro mão, mas em pouca quantidade por causa da neurose da clientela", brinca.

No Mocotó, Rodrigo Oliveira usa na maioria das receitas a manteiga de garrafa, que é uma manteiga clarificada (derretida, sem água, só gordura) feita a partir da nata que sobra da produção de queijo coalho. "Até nosso arroz leva gordura de porco e manteiga." (FLÁVIA G PINHO)


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