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Cem países se reúnem em evento de Slow Food

Líder do movimento Slow Food pede plantação de hortas caseiras

Com pequi, umbu e jatobá como tema, uma das palestras foi comandada por chefs brasileiras

ALEXANDRA FORBES EM TURIM, ITÁLIA

Por cinco dias -de 25 a 29 de outubro-, Turim, na Itália, foi palco do gigantesco evento gastronômico Salone del Gusto, organizado a cada dois anos pelo Slow Food, que levanta as bandeiras da sustentabilidade e do apoio aos pequenos produtores.

A associação foi fundada pelo italiano Carlo Petrini para combater tudo o que se associa ao fast-food: comida industrializada, agroindústria, lixo inorgânico e monocultura. Tem significativo poder político -e a ativista e chef norte-americana Alice Waters como vice-presidente.

Emocionada com a grandeza do Salone e a generosidade dos expositores com quem conversou, ela clamou em seu discurso de abertura para que jovens e crianças plantem hortas e aprendam de onde vem o que comem. "Nós, que lutamos pela alimentação saudável e a proteção dos pequenos produtores, não devemos sentir culpa ao comer bem. Experimentei aqui coisas deliciosas. Prazer e justiça devem andar de mãos dadas", disse.

DISNEY GASTRONÔMICA

Estima-se que 220 mil pessoas tenham passado pelos imensos pavilhões, montados usando materiais biodegradáveis, onde congregavam-se expositores de cem países. "Jamais esperei ver algo tão multicultural", disse o agrônomo brasileiro Manoel Britto. Em seu estande, exibia uma farinha de mandioca especial, a copioba, produzida artesanalmente na Bahia.

Pela primeira vez, o Salone juntou-se a outro evento do Slow Food, o Terra Madre, importante vitrine para pequenos produtores de todas as partes mundo. Em um imenso espaço dividido por continentes, milhares de expositores ofereciam amostras de diversas iguarias, de creme de cambuqui com cachaça, do Brasil, a beringelas à moda palestina.

"É extraordinário ter ao alcance das mãos o que o mundo produz de melhor e mais saudável", disse a chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas, de São Paulo. "Em cada estande encontramos uma pérola diferente, é como uma caixa de joias", disse.

A área dedicada à Itália (dividida por regiões) era a mais procurada por quem queria levar iguarias para casa.

Além de fazer compras (como óleos, queijos, doces e presuntos), o público assistiu a aulas, palestras e degustações. Uma delas, comandada por Salles e as chefs Neide Rigo e Ana Soares, também de São Paulo, teve como tema as frutas brasileiras pequi, umbu e jatobá.

"Eu me sinto como em uma Disneylândia gastronômica", disse Georges Schnyder, publisher da revista "Prazeres da Mesa". Como ele, multidões passeavam entre os estandes, degustando e comprando: muita gente puxava carrinhos cheios de iguarias. As filas nos banheiros e nos caixas automáticos, assim como em alguns dos restaurantes temporários, eram longas.

Crianças tinham aulas de cozinha e de como fazer reciclagem em espaços lúdicos, enquanto grupos de estudantes participavam de outras atividades educativas.

Havia ainda longa lista de conferências gratuitas com temas sociopolíticos."Não quisemos fazer um salão focado nas coisas à venda, mas, em ideias", disse Petrini.


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