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Vinhos
O prazer de beber sem altas viagens
Rueda, frescor espanhol
ALEXANDRA CORVOA principal uva da região é a verdejo, variedade local que dá vinhos com notas frutadas e herbáceas
Num país que venera o vinho tinto e produz exemplares tão deliciosos, vinhos brancos ficam realmente esquecidos. A Espanha, o país em questão, não é, para a maioria dos consumidores, o primeiro país que vem à mente quando pensamos em vinho branco.
Se considerarmos a maioria da produção de brancos espanhóis, precisamos nos afastar do planalto central, de clima continental extremo (ou seja, muito quente no verão) e aproximarmo-nos da costa atlântica. Dali vêm alguns dos estilos mais frescos produzidos no país.
Mas não vou falar deles. Quero falar da Denominação de Origem (D.O.) Rueda, que resiste, sozinha, rodeada por zonas produtoras de tintos potentes e vigorosos, ao longo do rio Duero, em Castilla y Leon.
Ela está sobre o planalto central, em altitudes que permitem receber a refrescante influência atlântica de que as uvas brancas necessitam e seus solos "cascajosos" (cascalhosos) têm calcário suficiente para aportar mineralidade às uvas.
A principal uva de Rueda é a verdejo, variedade local e bem adaptada, que dá vinhos com notas frutadas e herbáceas e têm frescor inconfundível. Por ter um estilo muito parecido ao da verdejo, a sauvignon blanc hoje também é autorizada nos vinhos de Rueda.
As uvas viura e palomino podem ser usadas, mas perdem espaço por não darem vinhos com o frescor e a leveza que representam Rueda.
Os vinhos são frescos, aromáticos, lembram as frutas tropicais, o maracujá e as ervas cortadas. Em anos mais quentes, eles mantêm o frescor, mas o nariz ganha notas mais maduras, como as de abacaxi em calda e as de geleias cítricas.