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O melhor vem de Santa Catarina

Vinho brasileiro, produzido em São Joaquim, foi o mais bem avaliado no teste, mas não empolga; inspirado nos rosés do sul da França, combinação de oito uvas resulta em bebida fresca, frutada e com boa acidez

TESTE FOLHA

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De uma pequena vinícola em São Joaquim, no interior de Santa Catarina, nasceu o rosé Villa Francioni, o único vinho que não sofreu nenhuma crítica no teste promovido pela Folha, com média de 4,2 pontos, num total de 5.

Foi Manuel Dilor, um empresário do ramo de cerâmica, quem deu o primeiro impulso ao vinhedo de mesmo nome, em 2001, perseguindo um sonho antigo. Acompanhou a colheita e a produção de seus vinhos, mas morreu em 2004 e não teve chance

de vê-los comercializados, dois anos depois.

E dessa primeira leva, surge a garrafa testada no mês passado que, segundo os especialistas, é um exemplar coerente ao estilo (rosé).

Não chega a empolgar, sugerem os jurados durante o teste. "É um vinho que eu tomaria em uma festa", diz Jorge Lucki. Para Mário Telles Jr., o vinho apresentou "boa acidez". Gabriela Monteleone diz mais: "típico, leve e fresco". Já na avaliação de Suzana Barelli, o Villa Francioni 2011 é um "vinho gastronômico, equilibrado e frutado". Nas impressões de Gianni Tartari, mostra-se "elegante", com "cor da Provence".

Foi nessa região do sul da França, inclusive, que o vinho foi inspirado, segundo o enólogo da empresa, Orgalindo Bettu. "Ele é feito com oito diferentes castas, entre elas shiraz, pinot noir e cabernet franc. Sua cor se aproxima da da casca de cebola".

COMO DEVE SER

Um bom rosé tem, em geral, aromas delicados, é leve e refrescante, por não ter elevada quantidade de tanino, substância presente na casca da uva, que dá cor aos vinhos.

Sua cor é sempre mais clara do que a do vinho tinto: durante o processo de vinificação, o suco não fica em contato tão prolongado com a casca da uva, como o tinto.

Vinhos do Novo Mundo tendem a ter tonalidade rosa escura, e os mais tradicionais, sobretudo os da região francesa da Provence, lembram a cor da casca de cebola.

A harmonização pode ser um grande trunfo desse vinho, por sua versatilidade. Ele combina com peixes e frutos do mar e com a cozinha tailandesa, mais intensa.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES

Os produtores dos vinhos que tiveram avaliação negativa, com nota abaixo de 2,5, foram ouvidos pela Folha.

Na prova do Lancers, por exemplo, foram identificados amargor, aroma e sabor de ácido ascórbico. Segundo a empresa portuguesa José Maria da Fonseca, responsável pela bebida, "os engarrafamentos passam por provadores e nunca tais aromas foram detectados".

No caso do Quinta da Romaneira 2011, surgem nas avaliações taninos incompatíveis com a categoria, desequilíbrio e excesso de álcool.

"O comentário sobre o álcool em excesso é particularmente inapropriado porque o teor alcoólico desse vinho é de 12,5%, muito abaixo dos encontrados na maioria dos rosés do Douro", diz a vinícola Quinta da Romaneira.

Já o grupo Pão de Açúcar, dono da marca Club des Sommeliers, afirmou, diante das críticas, que "todos os rótulos são escolhidos criteriosamente por uma equipe de sommeliers que realiza diversos testes no produto". Na avaliação da Folha, os especialistas identificaram amargor, álcool em excesso, presença de dióxido de enxofre (SO2) e acidez artificial.

Acidez também foi um problema apontado no Los Vascos 2012. Para os jurados, aparece exagerada e artificial. "A safra 2012 apresentou nível ligeiramente superior de acidez ao da safra 2011 do mesmo vinho. Quando avaliamos a coloração, os aromas e a concentração tânica, consideramos compatíveis com rosés chilenos produzidos majoritariamente com a uva cabernet sauvignon".


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