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Ruy Pereira de Queiroz (1921-2013)

Manteve um escritório centenário

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

O avô de Ruy Pereira de Queiroz colou grau na Faculdade de Direito da USP em 1886, e seu pai, em 1910. Ruy deveria ter feito o mesmo em 1945, não tivesse sido preso.

Quando estudante, opôs-se a Vargas e participou de passeatas contra o regime. Por sua militância, o paulistano, que havia sido menino de recados durante a Revolução de 32, acabou detido e obrigado a ir lutar na Segunda Guerra.

No dia em que chegou a Pisa, na Itália, foi atropelado e passou meses no hospital. Recuperado, atuou como motorista e responsável pela cantina. Terminado o conflito, voltou ao país como herói.

Só então pôde concluir a faculdade. Colou grau com um ano de atraso, em 1946.

Ruy, que havia começado como office-boy no escritório do avô em 1938, logo após formado tornou-se gerente da Cristais Prados. Entrou em 1952 para a Marítima Cia. de Seguros Gerais, da qual seria presidente. Também presidiu, em 1961, o sindicato das empresas de seguros privados.

Ao longo dos anos, porém, manteve o escritório da família, que em 1986 fez cem anos.

Foi ainda conselheiro da OAB e do Instituto dos Advogados de São Paulo, como lembra o filho Ruy, também advogado que manteve ativo o escritório fundado no século 19.

Ele descreve o pai como sério, introspectivo, mas também amigo de todos e dono de uma dedicação incomum pelas causas dos clientes. Era defensor da "liberdade sem baderna" e da "democracia responsável", segundo o filho.

Trabalhou até quatro anos atrás. Morreu no sábado (13), aos 91 anos, devido a uma infecção. Teve cinco filhos, oito netos e quatro bisnetos.


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