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Arquivo do Rio recebe pelos Correios acervo furtado

Entre as raridades recuperadas estão fotografias e documentos do século 19

Diretoria acredita que o remetente, que usou o nome do cronista João do Rio, tenha sido o próprio ladrão

FABIO BRISOLLA DO RIO

Ao chegar a seu gabinete na última quarta-feira, a diretora do Arquivo da Cidade do Rio, Beatriz Kushnir, tomou conhecimento de um lote de caixas e envelopes recebidos pelos Correios.

O nome do remetente chamou a atenção dos funcionários: João do Rio, o cronista que retratou a cidade no início do século 20. Ao abrir cada um deles, constatou-se que se tratava de um acervo furtado do próprio Arquivo da Cidade, conforme noticiou o jornal "O Globo".

Entre as raridades recuperadas estavam dois álbuns de fotografia da gestão do prefeito Henrique Dodsworth (1937-1945), um álbum da Revolta Armada, de 1893, um livro com transcrições de atas da Câmara Municipal do Rio, de 1860, e uma edição da revista "Ostensor Brasileiro", de 1846.

"É um acervo de valor incalculável", disse Beatriz, que acredita que o material tenha sido devolvido pelo próprio ladrão.

MENSAGEM

Além de usar um pseudônimo, o remetente informou como lugar de procedência o endereço do próprio Arquivo da Cidade. E ainda escreveu uma mensagem à diretora.

"Adquiri recentemente grande acervo de herdeiros de falecido colecionador. Ao organizar material, me deparei com o item em anexo. Fico em dúvida se o mesmo teria sido roubado do Arquivo da Cidade. Se foi, o item retorna ao legítimo dono", dizia a mensagem que acompanhava o lote enviado pelo correio.

TRATAMENTO ADEQUADO

Segundo a diretora, o desaparecimento de itens do acervo foi constatado em 2006.

"Constatamos o furto de muitos outros documentos importantes. Recuperamos apenas uma parte deste valioso acervo", acrescentou a Beatriz, que vai encaminhar um relatório sobre o caso à Polícia Federal, responsável por investigações do gênero.

"Espero que a PF dê prosseguimento a este caso. Afinal, não dá para contar com a boa vontade de arrependidos."

Ela suspeita que o furto do Acervo da Cidade tenha sido articulado pelo mesmo ladrão que levou uma caneta de ouro que pertenceu ao ex-presidente Afonso Pena e estava no Museu da República até o início de abril, quando a perda foi constatada.

Enquanto isso, no Arquivo Nacional, a próxima etapa será oferecer o tratamento adequado às imagens e documentos resgatados.

"O estado de alguns itens é delicado. Eles serão restaurados, acondicionados e digitalizados."


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