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Trios elétricos darão 'grito de alerta' sobre prevenção a assaltos

Mensagens objetivam reforçar cuidados com celulares, máquinas fotográficas e consumo de bebidas alcoólicas

Homens da Guarda Civil Metropolitana vão coibir ambulantes, principalmente os que vendem o vinho químico

DE SÃO PAULO

A Parada Gay vai contar com um "grito de alerta".

Ele virá dos 17 trios elétricos que vão percorrer o trajeto que começa na avenida Paulista e segue até o final da Consolação, no centro de São Paulo, no domingo que vem.

As mensagens, que serão lidas nos trios, têm o objetivo de reforçar os cuidados em relação ao uso de celulares e máquinas fotográficas.

"Vou enfiar o meu celular nos peitos e o dinheiro na calcinha bem no fundo, porque não sou boba", brinca a drag queen Amanda Sparks, que decidiu, pela primeira vez, ir montada à parada.

"Confesso que essa onda de arrastões me assusta. Além do efeito Virada, me preocupo também com o efeito Feliciano", diz, se referindo a manifestações homofóbicas.

Os trios elétricos vão emitir ainda alertas sobre o consumo descontrolado de bebidas alcoólicas, principalmente o "veneno da muvuca": o vinho químico.

A organização costurou com a Guarda Civil Metropolitana uma ação para tentar coibir o comércio de ambulantes.

Bebida ilegal feita com álcool comum, corante e groselha, o vinho químico surgiu na clandestinidade em 2009. Com altíssimo teor alcoólico, a garrafa custa pouco, R$ 5.

Não é a primeira vez que a bebida se torna alvo das autoridades. No ano passado, o vinho químico também foi motivo de preocupação.

CONTRA O PRECONCEITO

Acostumado a participar de outras Paradas, o DJ Sérgio Oliveira, 27, o Sérjô, dos clubes A Lôca e The Week, diz que não teria coragem de participar do evento paulistano se fosse para "ir no chão".

Nas palavras do DJ, que vai tocar em um dos trios elétricos, a Parada Gay de São Paulo cada vez mais assume contornos de uma "Parada de arruaceiros com gay no meio".

"Perdeu o caráter político e de diversão. Agora, você tem que ficar o tempo todo em alerta. Não se pode nem tirar uma foto ou usar o celular. O que é isso, gente?"

A repercussão sobre a violência no fim de semana da Virada Cultural acendeu a luz vermelha. "Pena que São Paulo não saiba lidar de maneira civilizada com eventos de grande porte", diz Sérjô.

Vagner Cano, 50, coordenador da passeata, diz que, "fora o caráter festivo, a Parada, é bom que se diga, é uma manifestação pelo direito".

A educadora Elisangela Mello, 46, concorda. Diz que o paulistano precisa ocupar os espaços da cidade. "Não podemos ficar acuados. Aí, sim, perderemos essa luta."

Elisangela nunca foi à Parada. No domingo que vem, ela pretende cruzar a avenida Paulista de mãos dadas com o filho João, de seis anos.

"Acho que é o momento para ele conhecer um evento tão bacana que ajuda a combater um dos nossos piores males: o preconceito."


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