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Guerra da tarifa

Manifestantes fazem 'intercâmbio' para trocar experiências

Articulação extrapola internet e se baseia em contato pessoal entre líderes dos atos contra tarifa dos transportes

Venda de produtos e contribuições bancam viagens dos manifestantes em diferentes cidades

WILHAN SANTIN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A articulação entre integrantes de movimentos contra o aumento de tarifas de transporte público pelo Brasil já extrapola a internet e suas redes sociais.

Organizadores de protestos recentes têm se mobilizado para trocar experiências pessoalmente e participar de atos em diferentes cidades.

"Nosso movimento em São Paulo se inspira em Porto Alegre e em Goiânia", afirmou Pedro Serrano, 21, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP.

Serrano identifica uma conexão nacional entre líderes de movimentos que estiveram à frente dos atos que ocorreram em várias capitais do país e que devem se repetir nesta semana.

Exemplo desse vínculo que supera o intercâmbio virtual, a estudante de jornalismo Nathália Bittencourt, 23, viajou de Porto Alegre para São Paulo para participar do protesto da última quinta-feira.

Integrante do DCE da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), ela foi exaltada por colegas paulistanos ao discursar antes dos protestos e compartilhar sua experiência de "vitória consolidada" na capital gaúcha, onde a tarifa do transporte baixou 6,5% em abril (R$ 3,05 para R$ 2,85), por determinação judicial e na esteira de protestos de rua.

Para fazer a viagem, de avião, Nathália contou com apoio do Juntos!, movimento nacional que reúne jovens de vários Estados. "Vendemos cervejas e bombons em festas de estudantes, o jornal impresso que produzimos. Foi feita uma contribuição nacional para que eu pudesse vir."

"A vinda da colega do Rio Grande do Sul foi muito boa para nos inspirar. Nossas lideranças só não viajam mais por falta de recursos financeiros", disse Serrano.

'DO PRÓPRIO BOLSO'

Antes mesmo de se mobilizar em sua cidade pela redução nas tarifas, o estudante de direito Pedro Josephi, 23, do Recife, já havia protestado em Goiânia e em São Paulo.

Aluno da Universidade Católica de Pernambuco e filiado ao PSOL, ele é um dos organizadores no Recife do protesto nacional previsto para a próxima quinta. E nega ser financiado pelo partido. "Pago [as viagens] do próprio bolso."

Em Goiânia, outra capital em que houve redução de tarifa após protestos, a PM diz ter identificado um rapaz de Porto Alegre entre os líderes de um dos protestos.

"Nos protestos eles enfatizam que não há líder, o que dificulta nosso trabalho, pois ficamos sem ter com quem negociar. Mas percebemos que o movimento é organizado demais para não ter líderes estabelecidos", disse o tenente-coronel Carlos Henrique da Silva, comandante do 1º Batalhão da PM de Goiás.

O presidente da União Estadual dos Estudantes de Goiás, Lucas Marques, 25, afirmou que uma "frente com diversas orientações ideológicas" foi montada para coordenar os protestos na cidade. Ele é membro do PC do B.

"Daqui, compartilhamos experiências com outras cidades, pois o transporte coletivo é um problema de todas as capitais. Um de nossos protestos, no qual houve repressão da polícia, foi às vésperas do congresso da UNE, em Goiânia."

"Havia gente de outros lugares que testemunhou a situação. Isso ajudou a disseminar as ideias", disse.


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