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Análise

Original, artista retratou lado obscuro da existência humana

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

A gravura perde um de seus grandes nomes com a morte de Marcello Grassmann. Do ponto de vista técnico, ele se aproximou de outros dois gravuristas brasileiros essenciais no século 20, tendo convivido com ambos: Oswaldo Goeldi (1895-1961) e Lívio Abramo (1903-1992).

No início de sua carreira, suas obras estavam alinhadas à estética expressionista, possivelmente por influência de Goeldi e Abramo, com obras marcadas por uma temática de forte cunho social. Com o tempo, Grassmann passou a desenvolver uma linguagem própria, baseada especialmente em narrativas medievais e míticas.

Com isso, Grassmann destacou-se por retratar, de forma simbólica, o lado obscuro da existência humana, através de referências à iconografia da Idade Média. Em sua obra destacam-se monstros e duendes, damas e cavaleiros, guerreiros e cadáveres, todos a apontar para o caráter misterioso da vida.

Esse universo fantasioso acaba posicionando Grassmann em um lugar bastante original no cenário da arte brasileira no século 20, que se desenvolveu, de maneira genérica, em questões sociais, nos anos 1930 e 1940, em defesa do abstracionismo, na década de 1950, e depois com forte viés conceitual, a partir dos anos 1960.

Grassmann atravessou todos esses momentos como um figurativo que preferiu se filiar ao passado mítico europeu em diálogo com artistas como o holandês Hieronymus Bosch (1450-1516), de quem assumia sofrer grande influência.


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