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Em votação final, USP aprova bônus de 5% para pretos, pardos e índios

Benefício para demais alunos da rede pública, que podia chegar a 15%, agora vai para 20%

Mudanças valem para o próximo vestibular; movimentos sociais cobravam adoção de cotas, como em federais

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

A USP aprovou ontem, em última instância, programa que prevê bônus de até 5% a vestibulandos pretos, pardos e indígenas que estudaram em escola pública.

Até então, a universidade não concedia nenhum benefício extra a esses candidatos.

A instituição decidiu também aumentar o bônus para os demais vestibulandos oriundos da rede pública. O benefício, que podia chegar antes a 15%, agora pode ser de até 20%.

Assim, um aluno autodeclarado preto, pardo ou indígena que cursou o ensino básico na rede pública poderá ter um acréscimo de até 25% na sua nota no vestibular.

As alterações valerão já para a próxima seleção.

METAS

A instituição busca atingir as metas do projeto apresentado em dezembro passado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e pelos reitores das universidades estaduais paulistas.

A ideia é que 50% dos ingressantes de todos os cursos de USP, Unesp e Unicamp tenham se formado na rede pública --35% deles devem ser pretos, pardos e indígenas.

Hoje, 28% dos calouros da USP são da rede pública. O projeto previa esses percentuais até 2016. A USP, porém, postergou-os para 2018.

De acordo com o reitor João Grandino Rodas, a instituição preferiu ter um tempo maior para analisar os impactos. Se os resultados forem insuficientes, os bônus poderão aumentar.

"É importante que tenhamos sangue novo na universidade, com visões distintas", afirmou ele.

Representantes dos alunos criticaram o programa. "Só Nostradamus ou a Mãe Dináh para saber se a USP chega às metas. Eles não apresentaram nenhum estudo", afirmou Leandro Salvatico, estudante da pós-graduação. "O positivo é que a USP admitiu que há diferenças étnico-raciais na sociedade."

Movimentos sociais pressionam a USP para que adote cotas, como nas federais.

"O que se procura fazer em São Paulo é que aquelas pessoas [beneficiadas] também façam sua parte", afirmou o reitor da USP. Os bônus serão calculados com base na nota do aluno na primeira fase do vestibular da Fuvest.

"Queremos uma inclusão, mas com mérito. Pode ser um mérito menor do que o dos outros, mas não podemos prescindir absolutamente do mérito", disse.


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