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Na capital, clima foi de feriado fora de época
ROBERTO DE OLIVEIRA TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULONo lugar de cartazes e bandeiras, camiseta cavada e shortinho. Enquanto houve gente que levou a ferro e fogo o Dia Nacional de Lutas e foi protestar, outros reivindicaram o direito à curtição e transformaram a data em feriado temporão. Congestionamento? Só de bikes, patins e skates.
Vias que costumam ficar entupidas, como 23 de Maio e Faria Lima, fluíram muito bem durante todo o dia de ontem.
"Aproveitei o dia lindo para andar de skate", disse Felipe Nicolopulos, 19, estudante de relações internacionais, após um tombo no parque Ibirapuera. Devido aos protestos, o estagiário de uma empresa do centro de São Paulo foi dispensado, junto com "a turma do escritório".
Razão para comemorar tinham os irmãos Gustavo, 8, e Fernando Kimura, 6, que trocaram uma consulta no otorrino por um passeio de bike no Ibirapuera. A mãe deles, a enfermeira Sueli, 41, contou que a secretária tinha ligado na noite anterior para cancelar o atendimento. Motivo? Os protestos, é claro.
Sueli, então, resolveu aproveitar o dia no parque. Afinal, "eles estão de férias", justifica.
Houve gente que dividiu a agenda em pré e pós-protesto. Foi esse o caso do metalúrgico Ícaro Giocondo, 27. Líder de produção da Mercedes, o rapaz participou, de manhã, de um ato organizado pela CUT em São Bernardo.
Como a empresa parou às 13h, ele resolveu queimar mais calorias: dessa vez, pedalando no Villa-Lobos. "Estou aproveitando o dia. Durante a semana é difícil ter tempo".
A arquiteta Márcia Santos, 37, saiu de casa, em São Caetano, atrasada. Chegou à terapia, na zona sul de São Paulo, com meia hora de... antecedência. Às 11h, passeava pelo Morumbi Shopping e descartava ir para o trabalho, em São Bernardo do Campo. "O trânsito fluía que era uma beleza. Parecia domingo!".