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Grupo especializado em apoiar protestos oferece até megafone
SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULOUm grupo de amigos resolveu participar da onda recente de protestos de uma maneira diferente: ajudando-os a acontecer. Isso inclui pensar na logística, distribuir água e até emprestar megafone para quem está nas ruas.
A ideia surgiu na manifestação de 13 de junho em São Paulo, que chamou a atenção pela violência policial.
"Vimos que as pessoas não estavam preparadas para estar nas ruas", conta o publicitário Alexandre Morgado, 29, líder do grupo.
"No protesto seguinte, de 17 de junho [o maior de todos], teve gente que caminhou dez quilômetros sem beber água."
Alexandre convocou alguns amigos e criou o Gapp (Grupo de Apoio ao Protesto Popular). Hoje são cerca de 20 jovens. A ideia é ampliar.
Há um mês, o grupo tem participado de várias manifestações populares distribuindo água e barrinhas de cereal --tudo do bolso deles.
No protesto dos médicos, anteontem, eles também ajudaram na logística do trajeto e até emprestaram um megafone aos manifestantes.
A maioria tem curso de primeiros socorros. Alguns são também brigadistas.
"Estamos preparados para atender quem passar mal no meio da multidão", conta Thiago Alves, 29, que trabalha com sistemas de informação. Até hoje, isso nunca aconteceu perto do grupo. "Mas já atendemos pessoas muito cansadas, carregando uma faixa há muito tempo", conta o líder, Alexandre.
A ideia do grupo é estimular os protestos. "Temos pânico de que essa ideia morra", diz o publicitário.
No futuro, querem ajudar a levar manifestantes para as ruas. "Queremos mobilizar as pessoas a irem aos protestos junto com o nosso grupo."
E, quem sabe, também vão organizar suas próprias manifestações. "Estamos de olho na reforma política."
