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Protesto tenta evitar corte de árvores na frente de estádio

Moradores se mobilizam contra remoção de 30 tipuanas da Francisco Matarazzo

CET pediu retirada de canteiro central para fazer nova faixa e atenuar trânsito de arena do Palmeiras

VANESSA CORREA DE SÃO PAULO

Uma nova faixa para os veículos e a retirada de árvores cinquentenárias. Esta foi a solução proposta pela CET para atenuar os impactos da construção da arena do Palmeiras no trânsito da avenida Francisco Matarazzo, na Água Branca (zona oeste de São Paulo).

Agora, moradores do bairro se mobilizam para tentar preservar as 30 árvores da espécie exótica tipuana existentes no canteiro central da via.

A remoção delas foi autorizada em junho pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, sob a gestão Fernando Haddad (PT).

Um protesto contra a mudança da paisagem local foi marcado para domingo.

Diante da resistência dos moradores, a pasta fala agora em rediscutir ao menos a quantidade de árvores retiradas.

As diretrizes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para diminuir os problemas de trânsito esperados após abertura do estádio, em 2014, foram apresentadas na gestão Gilberto Kassab (PSD).

A companhia pediu à construtora WTorre, responsável pela obra, a retirada do canteiro central da via em frente ao clube, onde estão as árvores. Nesse lugar deve ser criada uma nova faixa de rolamento no sentido centro.

EMPREENDIMENTOS

O ato dos moradores, previsto para domingo, foi marcado pelo Facebook.

A produtora cultural Flávia Lemos, 32, uma das organizadoras, diz que, além da preservação das árvores, a ideia é reivindicar mais transporte coletivo e inclusão de moradores nas decisões.

"É contra o discurso da prefeitura de priorizar o transporte público. Ela não levou em conta que já há outros empreendimentos que geram tráfego na região, como o shopping Bourbon e a própria operação urbana Água Branca."

Um dos objetivos da operação urbana é atrair mais 60 mil moradores para a região.

Para a presidente da Associação de Amigos da Vila Pompeia, Maria Antonieta de Lima e Silva, 67, a readequação viária proposta pela CET não vai resolver o problema.

"Tirar as árvores para alargar a Francisco Matarazzo... De que vai adiantar? Para aquele monstro de estádio deveriam construir um viaduto ou uma nova avenida."

A urbanista Regina Monteiro, que foi diretora da comissão de paisagem urbana da gestão Kassab, afirma ver atraso nas medidas propostas pelo órgão de trânsito.

"É um absurdo a CET pedir isso. Ela é a planejadora dessa cidade e inimiga número um da qualidade urbana com sua visão medíocre de fazer o transito fluir." Para Regina, é preciso inverter a prioridade dada ao carro na cidade.

ALAGAMENTOS

A remoção das árvores, diz Regina, também piora a situação de falta de permeabilidade da região, onde as cheias são frequentes.

"Estão se apoderando do bairro. Querem derrubar as árvores para fazer entrada para o estacionamento do estádio", diz Gunther Pollack, 82, vizinho da arena desde 1962.


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