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Mudança no Denarc não afetará cúpula

Nesta semana, 13 policiais do setor de narcóticos, incluindo 2 delegados, foram acusados de ligação com traficantes

Para Promotoria, depoimentos de ontem aumentaram suspeita de vazamento de dados sobre a investigação

DE SÃO PAULO DE CAMPINAS

As mudanças no Denarc (departamento de narcóticos) de São Paulo não começarão pela cúpula. Ao menos nesse momento, o diretor do órgão, Marco Antonio de Paula Santos, continua na instituição.

O anúncio foi feito ontem pelo delegado-geral de Polícia, Luiz Maurício Blazeck, que se reuniu com Santos e com o secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, para discutir o assunto.

Neste ano, 19 policiais do Denarc se envolveram em dois escândalos. O mais recente, desta semana, tem 13 suspeitos de vender informações para traficantes ligados à facção criminosa PCC.

O grupo é investigado por extorsão, corrupção, tortura, roubo e sequestro. A suspeita é que eles tenham recebido até R$ 660 mil por ano como pagamento de propina.

Um dos envolvidos no esquema, segundo o Ministério Público, é o delegado Clemente Castilhone Júnior, homem de confiança do diretor Santos e membro do grupo de trabalho do Estado e da União criado para planejar ações contra o crime organizado.

Ontem, Castilhone e Fábio Amaral de Alcântara, também delegado do Denarc, prestaram depoimento por cerca de dez horas na sede do Ministério Público de Campinas (a 93 km de São Paulo).

Os dois, presos na terça, são suspeitos de vazar informações da investigação sobre os policiais.

Segundo o promotor José Cláudio Baglio, do Gaeco (grupo do Ministério Público que investiga crime organizado) de Campinas, os relatos dos dois delegados aumentaram a convicção de que houve vazamento de informações da investigação sobre policiais suspeitos de receber "mesada" de traficantes.

João Batista Augusto Filho, advogado de Castilhone, disse no dia da detenção de seu cliente que ele não tem relação com os crimes pelos quais está sendo investigado. A Folha não encontrou o defensor de Alcântara.

Segundo Blazeck, as alterações no Denarc passarão por três frentes: maior controle sobre a atuação dos policiais, redução do quadro funcional e possível mudança nas atribuições do órgão.

MAIS PRISÕES

Ontem, dois dos seis policiais que estavam foragidos se entregaram. Os investigadores Jandre Gomes Lopes de Souza e Gilson Iwamizu dos Santos se apresentaram na Corregedoria da Polícia Civil.

Dois delegados e cinco investigadores estão presos desde terça.


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