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Izo Goldman (1932-2013)

Trovador que colecionava imagens de são Francisco

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Foi sem querer que Izo Goldman descobriu ter escrito uma trova. No bilhete que enviou a uma aluna, no curso de dinâmica de grupo que ministrava no Rio, usou na mensagem versos e rimas. A aluna o alertou: era uma trova.

A partir desse episódio, nos anos 70, apaixonou-se por aquela forma de composição poética. Ganhou concursos (tinha o título de magnífico trovador em Nova Friburgo, a "capital da trova"), escreveu um livro e presidiu a União Brasileira de Trovadores em SP.

Gaúcho de Porto Alegre, Izo era filho de um judeu da Bessarábia. Veio a São Paulo aos 12, após a morte da mãe. No começo, ajudou o pai numa loja na Casa Verde, na zona norte. Depois, foi trabalhar na Esso.

Gerente em multinacionais, vivia viajando. Separou-se da primeira mulher e foi morar em Niterói. Divorciado da segunda, voltou a SP. Em 1994, conheceu a última companheira, Marta, que começou a escrever (ou arranhar, como ela diz) trovas por causa dele.

Deixou versos como: "Para mantê-los me empenho/ porque penso sempre assim:/ tendo os amigos que tenho/ eu nem preciso de mim". Em outros, usou do humor: "Se a saudade fosse pão/ Eu simplesmente poria/ na porta do coração/ uma placa: padaria".

Passou a colecionar imagens de são Francisco, padroeiro da trova. Tinha mais de 800, que doou a um mosteiro.

Foi ainda apaixonado desde cedo por futebol de botão.

Morreu na sexta-feira (12), aos 80 anos, de insuficiência respiratória. Teve quatro filhos e um neto. Marta "arranhou" para ele: "Eu descobri essa verdade/ depois de tua partida/ que só tem gosto a saudade/ quando chega a despedida".


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