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'Vaquinha virtual' de ONG ajuda jovens a estudar fora

Estudantes tentam usar doações feitas pela internet para pagar graduações

Beneficiados têm a obrigação de voltar ao Brasil para retribuir o investimento que receberam de doadores

SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO

" Sou a classe média baixa do Lula. Nunca teria dinheiro para pagar inglêsGabriela Tomestudante

Ela cresceu na periferia de São Paulo, estudou em escola pública e nunca teve dinheiro para um curso de inglês. Mas nada disso impede que Gabriela Tom, 19, esteja de malas prontas para fazer universidade nos EUA.

Gabriela faz parte de um grupo de 14 jovens que estão participando de um crowdfunding pela internet para arrecadar dinheiro para fazer faculdade fora do país (no www.estudarfora.org.br).

É uma espécie de "vaquinha on-line". Eles contam sua história em um vídeo de um minuto e pedem uma contribuição de qualquer valor.

Até agora o grupo todo já conseguiu R$ 200 mil. As doações variam de R$ 10 até milhares de reais, de pessoas físicas e de empresas.

Tudo isso é encabeçado pela Fundação Estudar, uma ONG que apoia jovens com projetos educacionais.

A condição para receber o dinheiro é que os jovens se comprometam a voltar para o Brasil para retribuir o investimento que receberam.

"Pensei em fazer faculdade no Brasil, mas não entrei na USP. Então vou para os Estados Unidos", diz Gabriela.

A garota fez o processo de ingresso nas universidades dos EUA também com a ajuda da Fundação Estudar.

Nessa etapa, teve de provar proficiência em inglês --coisa que ela conseguiu graças a uma bolsa de estudos de quatro anos que teve da Associação Alumni para alunos da rede pública.

MUITAS CIFRAS

O sonho de estudar fora pesa no bolso. Além de ter de falar inglês fluentemente, um curso completo em uma boa universidade dos EUA custa uma média de R$ 300 mil.

Gabriela conseguiu U$S 15 mil pelo crowdfunding (cerca de R$ 33,5 mil reais). Isso é o suficiente para cobrir os gastos pessoais que ela terá enquanto estudar relações internacionais na Universidade de Evansville, em Indiana.

Já o curso será coberto por uma bolsa da própria universidade (80% do valor) e pelo Grupo ABC, do empresário Nizan Guanaes (20%).

O mesmo caminho está sendo seguido por Victória Jalowitzki de Quadros, 18, de Soledade (RS). Ela foi aprovada na Universidade Harvard --considerada a melhor do mundo. Para embarcar, precisará de R$ 40 mil. Por enquanto, conseguiu uma "parte pequena desse valor".

Mas não são só os EUA que estão na mira dos estudantes.

O carioca Victor Hugo Corrêa Rodrigues, 18, pleiteia R$ 24 mil no crowdfunding para estudar na Universidade de Helsinki, na Finlândia --uma das melhores instituições da Europa.

"Quero ser mais um para mostrar para o mundo que nós somos muito mais do que samba e futebol."


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