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PM dificultou perícia no Carandiru, diz testemunha

Começou ontem o julgamento de 26 policiais militares acusados por 73 mortes

Governador na época do massacre, Luiz Antônio Fleury Filho deve ser ouvido hoje, como testemunha da defesa

TALITA BEDINELLI AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

A Polícia Militar atuou "deliberadamente" para dificultar a perícia no caso do massacre do Carandiru.

A afirmação é do perito Osvaldo Negrini Neto, a única testemunha que depôs ontem, no primeiro dia de julgamento de 26 acusados de matarem 73 presos na Casa de Detenção, em 2 de outu- bro de 1992.

Na ocasião, 111 pessoas foram mortas na intervenção para conter uma rebelião.

Negrini foi o perito que fez o laudo que serviu para saber quantos presos morreram em cada andar. Assim, foi possível responsabilizar cada grupo de PMs.

Ontem, Negrini disse que as celas foram lavadas, os corpos retirados e empilhados no pátio, em uma "clara tentativa" de impedir a responsabilização dos policiais.

"Eles queriam evitar que a perícia agisse", afirmou.

Outros problemas apontados pelo perito foram: havia vestígios de uso de metralhadora, mas as cápsulas não foram encontradas; faltava luz e demoraram a ligar os holofotes; no dia do massacre, a perícia só teve acesso a um dos pavimentos --só conseguiu entrar nos outros uma semana depois.

Negrini reafirmou que não houve confronto entre policiais e presos. Uma das versões da PM na época era de que os policiais revidaram a ataques que sofreram.

Com 84 réus, o processo teve de ser desmembrado. Um primeiro grupo, de 23 PMs que atuaram no primeiro andar, foi julgado em abril. Eles foram condenados a 156 anos de prisão por 13 mortes.

Ontem, três PMs acusados não compareceram. No plenário, os 23 restantes aparentavam calma. Até a conclusão desta edição, o julgamento não havia terminado.

Além de ouvir Negrini, os jurados assistiram a três depoimentos gravados durante o primeiro julgamento.

Hoje, quatro testemunhas da defesa deverão ser ouvidas. Entre elas estão o governador de São Paulo na época do massacre, Luiz Antônio Fleury Filho, e Pedro Franco de Campos, que ocupava a pasta da Segurança Pública.


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