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Análise - PAC de São Paulo

Dilma aposta em içar Haddad e preparar 2014

Presidente busca fortalecer sua imagem para a eleição do ano que vem, além de resgatar a popularidade do prefeito

RENATO ANDRADE SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pacote bilionário que a Prefeitura de São Paulo recebeu ontem não é apenas um investimento financeiro do Palácio do Planalto.

As ações que serão executadas com o dinheiro visam ter um efeito político prático fundamental para a presidente Dilma Rousseff em 2014.

Ao liberar R$ 8 bilhões para os cofres da prefeitura, Dilma tenta içar a popularidade de Fernando Haddad, ao mesmo tempo em que busca fortalecer sua própria imagem na capital, depois das manifestações de junho.

A corda para puxar o prefeito é a mesma que a Presidência espera usar para resgatar parte da popularidade perdida e amarrar uma situação mais positiva em 2014 na maior cidade do país.

A operação do Planalto ainda pode ter um efeito colateral desejado por parcela importante do PT: tirar do governador tucano Geraldo Alckmin a posição de principal parceiro da prefeitura.

A crítica indireta que Dilma fez ao governador ontem --ao chamar de pequena a malha do metrô local, responsabilidade do Estado-- revela incômodo com o "alinhamento estratégico" construído nos últimos seis meses por Alckmin e Haddad.

Entre segmentos de seu partido, o prefeito é jocosamente classificado como "o mais tucano dos petistas".

Apesar da disposição do prefeito em começar a usar o dinheiro imediatamente na construção de corredores de ônibus, recuperação de mananciais e drenagem de córregos, o histórico de execução de obras públicas mostra que há distância importante entre o anúncio de verbas e o início efetivo dos trabalhos.

O PAC São Paulo, como o pacote de recursos foi classificado por Haddad, pode sofrer dos mesmos problemas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tocado pelo governo federal.

Ao longo dos últimos anos, obras consideradas fundamentais pelo Planalto tiveram seus cronogramas ajustados diversas vezes, por uma série de razões.

A taxa de execução do pacote de projetos previsto para o período de 2011 a 2014 atingiu 56,3% em abril --boa parte disso inflado pela inclusão de financiamentos habitacionais na conta.

Como parte do dinheiro para São Paulo será usado para ampliar projetos já existentes, é possível acreditar num andamento mais célere.

Mas é bom lembrar as palavras da ministra Miriam Belchior (Planejamento): quando o assunto é obra, atraso é "da regra do jogo".


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