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Jardins tem, em uma semana, 2º arrastão em restaurante
Criminosos assaltaram clientes e cantina na al. Joaquim Eugênio de Lima, a menos de 500 metros do alvo anterior
Policiais afirmam que quadrilha pode ser a mesma nos dois casos; cidade já teve ao menos 74 crimes do tipo no ano
Os Jardins, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, registrou mais um arrastão a restaurante na noite de anteontem. É o segundo caso na região em uma semana e, ao menos, o 74º do ano na cidade.
O alvo foi a cantina Pecorino Bar e Trattoria, na alameda Joaquim Eugênio de Lima, a menos de 500 m da hamburgueria St. Louis Burger, vítima da semana passada.
O criminosos invadiram a casa por volta das 23h40. Em cerca de dois minutos, roubaram o estabelecimento e três casais de clientes --um deles estava com uma criança de dois anos.
Assim como no caso anterior, dois homens e uma mulher renderam os funcionários e anunciaram o assalto.
"Eles estavam de moletom com capuz. Um dos homens apontou uma arma para as minhas costas e o outro mandou todos os funcionários encostarem na parede enquanto a menina recolhia o dinheiro do caixa e os bens dos clientes", disse o maître do restaurante, Antonio Ferreira Brandão, 36.
Foram levados pouco mais de R$ 600 que estavam no caixa e aproximadamente o mesmo valor dos clientes, além de ao menos cinco celulares e uma bolsa.
As câmeras estavam desligadas no momento do assalto, mas policiais disseram à reportagem que as características dos integrantes e a forma como agiram apontam para o mesmo grupo que roubou a St. Louis Burger.
"Nosso prejuízo é moral, para casa e para todo o mercado. Não será apenas o meu restaurante que terá menos clientes amanhã, mas todos da região", disse Rodrigo Rubin, dono do estabelecimento.
"Depois que eles entram a gente tem que pensar nas mudanças. Terei que colocar um segurança da porta."
Até a conclusão desta edição, nenhum suspeito havia sido preso.
SEGURANÇA
Funcionários de lojas e moradores afirmam que também já mudam a rotina diante dos crimes na região, onde o total de assaltos à mão armada cresceu 28% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Segurança.
Elaine Tavares, 22, recepcionista de um salão de beleza em frente à cantina, diz que, depois, que colegas foram assaltadas no bairro, parou de ir até o ponto de ônibus caminhando.
"Saio do salão por volta das 21h e sempre ia até a avenida Nove de Julho a pé para pegar o ônibus, agora meu namorado tem que me pegar todos os dias."
Morador dos Jardins, o corretor de imóveis Antônio Zayat, 56, reclama: "Não dá nem pra sair de casa para comer. Quando saio, vou às 20h pra voltar cedo, no máximo às 22h. Não dá pra estender mais que isso".