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Bloquear celular de preso custará até R$ 1 bi

Gasto anual em SP para restringir comunicação poderá superar despesas com comida, higiene e alojamento em presídios

Após mais de década de promessas, licitação deve sair na semana que vem; sistema terá de funcionar até março

AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

O governo paulista estima que gastará até R$ 1,1 bilhão por ano com implantação e manutenção de sistemas que bloqueiam sinais de celular e de internet móvel em até 30 dos 156 presídios do Estado.

O valor equivale a um terço do orçamento anual da Secretaria de Administração Penitenciária e é quase o dobro do gasto previsto com alimentação, higiene e alojamento dos quase 200 mil presos de SP.

É pelo celular, que entra irregularmente nos presídios, que detentos mantêm o controle de esquemas criminosos do lado de fora.

"Pode ser que questionem esse gasto, mas ele é extremamente necessário para combatermos o crime", afirmou o secretário de Planejamento, Júlio Semeghini.

Por ser formado em engenharia eletroeletrônica, ele foi escalado como um dos representantes da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para discutir o assunto. As promessas para bloquear os sinais de celular nos presídios --sistema que já existe em outros países, como EUA e Espanha-- se repetem há mais de uma década.

Houve testes e tentativas, mas que não atenderam às expectativas. O governo, agora, prevê lançar a licitação já na semana que vem, para que os bloqueadores sejam instalados em até 30 prisões entre novembro e março.

O gasto mensal por presídio vai variar de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões.

É a primeira vez que o poder público brasileiro faz uma concorrência pública com esse objetivo. Atualmente, apenas pequenos presídios, como um em Caçador (SC), têm bloqueadores similares ao que São Paulo quer instalar.

"Não dá para dizer que é um valor alto porque depende de muitos fatores, como topografia e distâncias de centros urbanos. Os projetos variam em cada prisão", disse o consultor de tecnologia da informação Carlos Fidalgo.

Conforme Semeghini, a prioridade é instalar os bloqueadores nas prisões que concentram os chefes de facções criminosas, como o PCC.

Entre os que deverão receber os bloqueadores estão os presídios de Presidente Venceslau, Avaré e Guarulhos.

Desde o início do ano dois sistemas de bloqueios foram testados. São eles: o gerador de ruídos e o simulador de ERB (estação rádio base).

Os experimentos acabaram no mês passado. Segundo o governo e as empresas que fizeram os testes, as falhas iniciais, como o vazamento do bloqueio de sinal para área externa, foram sanadas.

"A precisão foi cirúrgica. O bloqueio se limitou ao muro do presídio", disse Eduardo Neger, dono de uma das empresas que atuou nos testes.

Haverá ainda concorrência para duas maletas portáteis que também bloqueiam sinais de celular e internet.


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