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Mídia Ninja é chamado de 'seita' por ex-integrante

Organização é acusada de controlar até a vida afetiva de colaboradores

Grupo é criticado ainda por não remunerar artistas em eventos que são patrocinados com dinheiro público

FABIANO MAISONNAVE DE SÃO PAULO

De franco-atirador a vidraça. Alçado à fama durante os protestos pela cobertura ousada e hostil à polícia, o grupo Mídia Ninja passou a ser alvo de duras críticas nos últimos dias por ex-integrantes e ex-colaboradores.

Em textos divulgados nas redes sociais, acusam a organização de agir como uma "seita" e de promover uma escravidão "pós-moderna" por não remunerar artistas em eventos que são patrocinados com dinheiro público.

O alvo direto dos ataques é o Fora do Eixo (Fde), organização mais ampla responsável pelo Mídia Ninja --os integrantes são os mesmos--, mas com foco maior em produção de eventos culturais.

Surgido há cerca de dez anos, tem presença declarada em 200 cidades. Em várias, há casas coletivas, onde moram e trabalham seus integrantes. Só no ano passado, o grupo movimentou R$ 13 milhões, entre festivais de arte e consultorias.

Um dos depoimentos mais fortes é o da jornalista Laís Bellini, que morou no ano passado na principal casa da organização, no centro de São Paulo. Ali, conviveu com Pablo Capilé, 34, fundador do Fde, a quem chama de "rei" de uma "ditadura monárquica" que promove o "escravismo mental e financeiro" da "seita".

COOPTAR

Em texto publicado no Facebook, Bellini afirma que, sem receber salário, era submetida a uma carga intensa de trabalho, incluindo afazeres domésticos, que, apesar da promessa de "horizontalidade", não incluíam os líderes do Fde.

Ela diz que a organização lhe deve R$ 4.500, dívida que inclui passagem aérea comprada com o cartão de crédito de sua mãe.

Ela acusa ainda o coletivo cultural de usar a estratégia de "catar e cooptar": militantes são orientados a seduzir sexualmente potenciais integrantes do grupo.

"Se você for considerado um perfil estratégico para estar e entrar na rede, cuidado, você em breve pode perceber alguma pessoa que vai se aproximar bastante de você, mas bastante mesmo, a ponto de demonstrar muito desejo por você", escreveu.

"Essas conversas acontecem em reunião e ali é definido o nome da pessoa que vai partir pra cima", diz ela.

Outra que usou as redes sociais para atacar o Fde foi a cineasta Beatriz Seigner.

Ela conta que participou de uma série de debates de um projeto "embrionário" e que a remuneração seria com "cubo card", moeda solidária inventada pelo grupo e que poderia ser trocada por "serviços".

Além de não receber nada, Seigner conta que só depois descobriu que alguns debates tinham patrocínio financeiro do Sesc.


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