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Cotidiano

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Infraero incha número de funcionários em Congonhas

Concessão de aeroportos à iniciativa privada fez estatal realocar empregados

Aeroporto recebeu 237 trabalhadores; até posto de 'vigia de refeitório' foi criado para absorver mão de obra excedente

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

No primeiro andar de Congonhas, um funcionário fica postado diante de uma maquete do aeroporto. A função dele: observar quem entra e quem sai do refeitório de funcionários, como uma espécie de vigia --que não precisa checar o crachá de ninguém.

O posto de "vigia" de refeitório, criado há poucos meses, é reflexo do inchaço de funcionários da Infraero em Congonhas. Eram 336 trabalhadores em dezembro --em junho, o número subiu para 573.

O aumento, de 70,5%, ocorre por conta da concessão à iniciativa privada dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas). Parte dos funcionários desses locais ou não foi aproveitada pelos novos administradores ou não quis continuar lá.

Resultado: todos foram alocados em Congonhas e no Campo de Marte, aeroporto na zona norte de São Paulo exclusivo para aviões particulares. Ali, o número de trabalhadores passou de 45 para 93.

Em Congonhas também dobrou o número de atendentes nos balcões de informações; eram dois, agora são quatro por turno.

A estatal colocou pessoal com colete de "Posso ajudar?" nas áreas de embarque e desembarque e prevê encerrar contratos com terceirizados.

Na semana passada, cerca de cem funcionários, de Cumbica e de Campinas, se apresentaram em São Paulo e esperavam para serem alocados.

São pessoas que atuavam, por exemplo, no terminal de cargas e passarão para áreas administrativas.

SEM DEMISSÕES

Na empresa, havia a expectativa de que mais funcionários seriam aproveitados pelas concessionárias. Só que os salários oferecidos eram, na maioria dos casos, inferiores aos da Infraero. A maioria preferiu ficar.

Uma solução seria dispensar o excedente. Mas quase ninguém pode ser demitido: a Secretaria da Aviação Civil e a Infraero assinaram um acordo em 2011, antes das concessões dos aeroportos, em que se comprometem a demitir, sem justa causa, no máximo sete trabalhadores por ano até 2018 --a Infraero tem 14 mil funcionários.

O acordo foi assinado com o sindicato dos trabalhadores aeroportuários, que defende sua legitimidade. Na ocasião em que foi feito havia o temor de demissões em massa com entrega de aeroportos a operadores privados.

Os funcionários da Infraero estão em greve por aumento salarial. Quem trabalha em Congonhas atribui ao excesso de trabalhadores o fato de os passageiros não terem sido afetados. O sindicato diz que a adesão é expressiva.


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