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Prefeitura diz que metas não previam construção de avenidas
Gestão Haddad afirma que pretende buscar dinheiro da iniciativa privada para bancar vias
De acordo com a gestão petista, plano previa projeto e licitação, mas não execução e entrega de futuras obras viárias
Horas depois do anúncio de que obras viárias do Arco do Futuro foram excluídas das prioridades da gestão Fernando Haddad (PT), a Prefeitura de São Paulo divulgou nota para dizer que o Plano de Metas original, feito no primeiro semestre, não previa execução ou entrega delas.
"Textualmente [a meta]diz: Projetar, licitar e garantir a fonte de financiamento para as obras do apoio viário norte e sul da marginal do rio Tietê", afirmou a administração, em nota.
Essa parte do Plano de Metas está agora excluída.
Segundo a prefeitura, essa meta foi incorporada a uma outra dentro do plano porque as verbas federais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não financiam obras viárias urbanas.
Para conseguir recursos para obras do tipo, a administração disse querer aprovar a Operação Urbana Mooca/Vila Carioca e a revisão da Operação Urbana Água Branca, que estão em outra meta do plano da administração. Segundo a nota, isso explica a absorção de uma por outra.
Na prática, porém, não há no texto nenhum compromisso formal de "projetar e licitar" as obras, por exemplo.
Nas operações urbanas, construtoras que querem fazer empreendimentos nas áreas envolvidas pagam contrapartida à prefeitura.
O novo plano incorporou 28 metas sugeridas pela população às cem iniciais e excluiu cinco. Com as mudanças, serão 123 itens que foram divididos em 20 objetivos e três eixos temáticos.
"O novo documento é resultado do processo participativo realizado em 35 audiências públicas nas subprefeituras e na Câmara, nas quais foram recebidas quase 9.000 sugestões da população", diz a prefeitura.
A secretária Leda Paulani, que anunciou a desistência das obras viárias no Arco do Futuro já promoveu ações para tentar conter gastos e reorganizar a estrutura da administração. Ela comandou uma reforma na estrutura municipal que criou 348 cargos, mas extinguiu outros 596 postos. A criação de secretarias, no entanto, resultou em custos maiores (R$ 24 milhões por ano).
ADIAMENTO
Para o engenheiro Jaime Waisman, professor da USP e diretor da Sistran Engenharia, a medida representa um adiamento dos planos.
"Não acho que os projetos viários foram jogados na lata do lixo. A administração atual mudou a prioridade para o transporte público. Caso isso saia do mero discurso, a cidade vai viver uma grande transformação positiva", disse Waisman.