Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Governo suspende venda de planos de saúde; Justiça libera no mesmo dia

ANS barra comercialização de 246 produtos, mas liminar diz que ela tem que rever parte das queixas

Punição anunciada é por negar coberturas e descumprir prazos; revés judicial beneficia principais empresas

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

O governo anunciou a suspensão, a partir de sexta-feira, da venda de 246 planos de saúde de 26 operadoras por irregularidades como negar coberturas e descumprir prazos para marcar consultas. Cinco delas, com 34 planos, já estavam suspensas e continuaram na lista por reincidência.

Os planos afetados cobrem cerca de 5 milhões de usuários e 10% do mercado.

A punição, porém, sofreu um revés na Justiça no mesmo dia. A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) obteve uma liminar (decisão provisória) que susta a medida do governo para parte das empresas.

A decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região determina que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) reveja as reclamações dos usuários antes de suspender a comercialização.

A liminar é válida para as associadas da entidade --4 das 26 empresas (Amil, Amico, SulAmérica e Excelsior).

Elas são as principais, concentram 70% dos beneficiários dos planos atingidos.

Só Amil e a Amico (do mesmo grupo) somam 2,9 milhões desses usuários. A SulAmérica, outros 501 mil.

Já a Geap, com 538 mil, não é ligada à federação, sem ter sido beneficiada pela liminar.

DESCUMPRIMENTO

A suspensão não atinge todos os planos dessas empresas, mas apenas os que registraram as irregularidades. Os atuais usuários também não são atingidos--a punição apenas barra a comercialização.

A medida é resultado do descumprimento dos prazos para marcação de consultas e procedimentos, assim como pelas negativas de cobertura --por exemplo, cobrança indevida de carência, problemas com a rede de atendimento e reembolso.

O advogado Guilherme Valdetaro Mathias, da federação das empresas, diz que a ANS considerou "número importante de reclamações sem parecer conclusivo".

Esse foi o sexto ciclo de monitoramento dos planos promovido pelo governo. E é a primeira rodada de suspensões sob nova metodologia --até então, eram considerados apenas atrasos nos prazos máximos de atendimento.

Nos seis ciclos, as medidas suspenderam planos que cobrem 16,3% dos usuários da saúde suplementar.

"Só vamos achar que os planos estão funcionando bem quando tivermos zero queixas. Esse ciclo de monitoramento registra queixas e resolve boa parte dos conflitos", afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Apesar das reclamações e dos problemas considerados no monitoramento terem crescido, não aumentaram significativamente as operadoras e os planos suspensos. Em janeiro, foram suspensos 225 planos de 24 operadoras.

Para André Longo, diretor-presidente da ANS, esse é um bom indicativo. "Esta medida mais dura da ANS contribuiu para a mudança de comportamento do setor."

O governo suspende operadoras que reincidam nos problemas em dois ciclos consecutivos. Elas ficam proibidas de vender novos planos por três meses, até novo ciclo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página