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Governo Dilma vai importar 4.000 médicos de Cuba

Acordo prevê que cubanos terão condições diferentes e não receberão pagamentos diretamente do Brasil

Sob críticas, acerto foi feito após programa para levar profissionais ao interior preencher apenas 10,5% das vagas

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

Com só 10,5% das vagas do Mais Médicos preenchidas no primeiro mês do programa, o Ministério da Saúde anunciou ontem a vinda de até 4.000 médicos cubanos para trabalhar no Brasil neste ano.

Os profissionais de Cuba terão condições diferentes das dos demais estrangeiros atraídos ao país. Não receberão a bolsa de R$ 10 mil mensais do governo brasileiro. A quantia será repassada ao governo de Cuba, que fará a distribuição a seu critério.

O primeiro grupo de cubanos, com 400 profissionais, chegará ao país até segunda. Participarão, com os demais médicos já selecionados, de uma avaliação em universidades públicas. Se reprovados, serão desclassificados.

O ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff (PT), Alexandre Padilha, disse que os cubanos não poderão escolher as cidades: os primeiros 400 irão para as 701 que não despertaram interesse de ninguém no primeiro mês (84% nas regiões Norte e Nordeste).

Em maio, o governo disse que negociava a vinda de 6.000 médicos de Cuba. Após polêmica, suspendeu a negociação e adotou o discurso de priorização dos brasileiros.

Na primeira rodada, o governo conseguiu suprir só 10,5% da demanda por 15.460 médicos feita por prefeitos.

Alvo de críticas, o ministério firmou o acordo com Cuba via Opas (braço da Organização Mundial da Saúde para as Américas), formato inédito para os cubanos, que têm parcerias com dezenas de outros países.

Esses acordos com a ilha comunista (onde os profissionais ganham cerca de US$ 40) recebem críticas pela remuneração controlada e por regras disciplinares para evitar "deserção", que é frequente --em 2010, os EUA já tinham dado 1.700 vistos para médicos cubanos pelo mundo.

O repasse do Brasil de R$ 10 mil mensais por médico será feito via Opas --bem como a ajuda de custo para instalação no país. Ao total, serão R$ 511 milhões até fevereiro.

Padilha não informou quanto será repassado ao médico cubano. Em acordo entre Cuba e Venezuela, os médicos recebem só uma parte.

"A preocupação do ministério é que os profissionais tenham qualidade e condições individuais adequadas para o atendimento. O ministério e a Opas vão acompanhar."

Alimentação e moradia serão dados pelos municípios.

Dos médicos que vierem de Cuba, 84% têm mais de 16 anos de experiência e 30%, pós-graduação. Nas inscrições individuais, basta graduação.


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