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Cotidiano

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Último corpo é encontrado mais de 55 horas depois

O operário Antônio Wellington foi achado ontem pouco depois das 16h

Novos depoimentos de trabalhadores reforçam hipótese de que a construção tinha problemas estruturais

DE SÃO PAULO

O mestre de obras Rubens Feitosa afirmou ontem aos bombeiros que o operário Antônio Wellington, décima e última vítima encontrada nos escombros, mexia em uma sapata --parte inferior do alicerce-- no momento em que a obra desabou.

Segundo Feitosa, o pedreiro estava incumbido de reforçá-la. Para isso, precisou cavar e chegar ao alicerce.

A declaração coincide com depoimentos de outros funcionários --segundo eles, antes do desmoronamento, os operários trabalhavam para reforçar a estrutura da obra, que estaria frágil.

O corpo de Wellington foi achado pouco depois das 16h, mais de 55 horas após o início do trabalho de buscas. De manhã, tinha sido localizado o corpo do operário Claudemir Viana.

Outros sete operários da empresa Salvatta Engenharia prestaram depoimento e reforçaram a hipótese de que o galpão tinha problemas estruturais, assim como relataram trabalhadores ouvidos no dia da tragédia. Até ontem, 11 testemunhas haviam sido ouvidas.

"Um funcionário disse hoje [ontem] que o comentário na obra era de que havia risco de cair", disse o delegado Luiz Carlos Uzelim.

A Salvatta herdou o galpão pronto. Segundo a polícia, ele foi projetado por um engenheiro --cujo nome não foi divulgado-- contratado por Mostafa Abdalla Mustafa, dono do prédio, onde seria instalada uma filial da rede de lojas Torra Torra.

A Salvatta diz que foi contratada pela rede varejista só para fazer o acabamento.

No dia da tragédia, um eletricista disse à polícia que houve uma reunião entre engenheiros e arquitetos no sábado anterior.

No encontro, teria ficado decidido que seria preciso paralisar a obra. A construtora Salvatta nega o encontro.

A Folha não localizou o advogado de Mustafa.

SILÊNCIO

Após encontrar o corpo de Wellington, os bombeiros fizeram um círculo, abaixaram as cabeças e fizeram um minuto de silêncio, sob aplausos de moradores.


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