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Cotidiano

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Missões no exterior elevaram status da carreira

DA ENVIADA A HAVANA

Nos anos 90, ocorreu uma mutação em Cuba. A despeito do acesso universal à carreira universitária, as profissões foram divididas em duas categorias básicas: as que poderiam gerar rendimentos em dólares e as que não podiam.

Os médicos, elite do Estado e ponta de lança da diplomacia comunista, ficaram no lado mau da balança, com salários irrisórios e proibidos de buscar emprego no único oásis da crise: o turismo.

Os anos 2000, e o convênio estratégico de Cuba com a Venezuela, que levaria 30 mil profissionais de saúde por ano, mudou o quadro e melhorou o status da profissão.

Agora, cursar medicina pode ser também o começo de uma trajetória que terminará em uma missão externa.

O incentivo é uma ajuda no esforço do governo para garantir o preenchimento das vagas abertas em medicina nas 13 universidades médicas espalhadas pelo país, 25 faculdades de medicina, 4 de odontologia e 4 faculdades de enfermagem.

Segundo o governo, 47.676 estudantes de medicina começarão o ano letivo amanhã e 10.374 estrangeiros --a maioria deles selecionado por parceiros políticos, como PT e PC do B no Brasil e FMLN, de El Salvador.

Ainda assim, chegam a sobrar vagas de medicina. Pelo menos é o que diz a cubana Ana (nome fictício), selecionada para o Mais Médicos, que é docente. Ela diz que, ao contrário da sua época, agora alunos que não conseguiram entrar em outras carreiras acabam em medicina.

A médica de 49 anos rebate às críticas de que a produção em massa de médicos debilita a formação.

Para a pesquisadora americana Julie Feinsilver, autora de estudos como "Fifty Years of Cuba's Medical Diplomacy: From Idealism to Pragmatism" (50 anos de Diplomacia Médica: do Idealismo ao Pragmatismo), a flexibilidade do sistema de saúde e sua revisão constante são um dos trunfos locais.

Com a crise dos anos 90, a atenção primária foi ainda mais focada na prevenção de doenças e na análise territorial e comunitária dos fatores de riscos de saúde, um princípio básico do ensino local.

"Esse tipo de abordagem ampla é precisamente o que melhor funciona nas comunidades que os cubanos devem atender no Brasil, muito mais do que um modelo mais clínico e curativo. Claro que os cubanos também são treinados para isso, mas a ênfase é mais atenção primária do que medicina de ponta".


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