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Só 1/3 dos médicos previstos aparece em cidades paulistas

De 53 selecionados em programa federal, 33 não se apresentaram às prefeituras

Até agora, 13 desistiram da vaga e outros 20 não explicaram ausência; em Guarujá, nenhum inscrito foi trabalhar

LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS NATÁLIA CANCIAN ENVIADA ESPECIAL A GUARUJÁ

Pouco mais de um terço dos profissionais inscritos no programa federal Mais Médicos apareceram para trabalhar no Estado de São Paulo.

No total, 22 cidades paulistas foram selecionadas para receber 53 médicos, mas apenas 20 deles compareceram.

O restante, conforme levantamento feito pela Folha, pediu desligamento do programa (13) ou simplesmente não se apresentou às prefeituras (20). A maioria deles alegou motivos pessoais.

Os médicos deveriam ter comparecido desde segunda-feira aos municípios. Quem não começar a trabalhar até o dia 12 será excluído.

"O programa trouxe à tona a falta de médicos. A dificuldade de contratação é muito grande, não só na atenção básica", disse Fabrizio Bordon, secretário de Saúde de Americana (a 127 km de São Paulo).

A prefeitura da cidade solicitou 47 médicos ao governo federal, foi contemplada com dois nesta fase, mas ambos desistiram. No dia 16, são esperados quatro profissionais formados no exterior.

Em Guarujá, na Baixada Santista, nenhum médico do programa está trabalhando. Dos quatro esperados, três não apareceram nem justificaram a ausência até ontem. O outro desistiu da vaga.

Segundo Rui de Paiva, secretário-adjunto de Saúde, o desistente listou "razões de foro pessoal" e problemas de estrutura na região.

"Ele alegou até problemas com a estrada, falou do congestionamento de caminhões por reflexo do porto e que a cidade não tinha ligação de trens e aeroportos com outras cidades do Estado", relata.

A prefeitura diz que telefonou para os outros três médicos, mas não os localizou.

Segundo a diretora de atenção básica em Guarujá, Paula Escudero, o deficit de médicos na cidade atinge 40%. Outros sete profissionais, estrangeiros, devem chegar a Guarujá até o dia 14.

Segundo o Ministério da Saúde, 309 municípios do Estado solicitaram 2.197 médicos pelo programa.

"A ausência revela o drama que os municípios enfrentam: a dificuldade para contratar médicos", disse anteontem o ministro Alexandre Padilha.

"A gente já esperava isso, infelizmente. No momento que o colega toma contato com a situação, ele acaba desistindo", diz o médico Jorge Carlos Curi, professor da Unicamp e vice-presidente da Associação Médica Brasileira.

Para Curi, se não houver investimento nos postos de saúde, na carreira e em segurança, a evasão continuará alta.


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