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Maria Aparecida Pinheiro (1929-2013)

Babá famosa por suas bolachinhas

JULIA BOARINI DE SÃO PAULO

Nascida em Itapetininga (a 172 km de São Paulo), Maria Aparecida Pinheiro veio para São Paulo em busca de emprego aos 30 anos. Foi contratada como babá por judeus vindos da Europa oriental.

Trabalhou para a família a vida toda, a maior parte em uma casa nos Jardins, na zona oeste da capital paulista. Na rua, era conhecida por todos, até pelo amolador de facas e o vendedor de biju.

Como os patrões recebiam visitantes estrangeiros, aprendeu a falar expressões em inglês, hebraico e iídiche, línguas usadas por judeus.

Também virou especialista em preparar pratos incrementados, mas era famosa mesmo por suas bolachinhas. Nunca faltava o biscoito em forma de estrela ou coração, que motivava escapulidas para a cozinha no meio da madrugada.

Quando os filhos da família cresceram, passou a tomar conta de outras crianças e, depois, dos filhos dos meninos de quem foi babá.

Querida por todos, era comum ganhar caixinha por seu serviço. Com a gratificação comprava sorvetes e presentinhos, que dava para as crianças de quem tomava conta.

Sempre solícita, Cida era capaz de acordar de madrugada para não deixar ninguém perder a hora. E quando perguntavam se havia pegado no sono, negava: "Não, é que eu fechei um olho e o outro não queria abrir."

No tempo livre, gostava de ouvir seu rádio de pilha, que levava para todos os lados.

Morreu no sábado (31), aos 83 anos, vítima de um câncer. Apesar de nunca ter se casado, deixa centenas de "fios" e "fias", crianças que ajudou a criar por onde passou.


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