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Professores fazem greve na USP Leste contra terreno contaminado

Campus, que abriga 4.800 alunos, foi erguido em área com gás metano, que pode causar explosão

Agência ambiental autuou universidade por descumprir acordo para sanar problema; aulas são canceladas

EDUARDO GERAQUE FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

Os professores da USP Leste decretaram greve ontem alegando preocupação com os riscos de trabalharem em uma área contaminada.

O estopim da crise foi uma placa, com símbolo da Cetesb (agência ambiental paulista), instalada nesta semana dentro do campus da universidade paulista aberto em 2005.

A informação contida nela é que a "área está interditada por conter contaminantes com risco à saúde".

A Cetesb nega que tenha instalado a placa, mas confirma a ameaça e afirma que autuou a USP Leste no dia 2 de agosto por não cumprir exigências ambientais feitas em novembro.

A direção da USP Leste nega que esteja descumprindo o acordo (leia texto ao lado).

A greve afeta cerca de 4.800 alunos de 10 cursos, entre eles o de Gestão Ambiental. As aulas foram suspensas ontem e não devem voltar ao menos até a próxima segunda-feira.

Os prédios da USP Leste foram erguidos sobre uma área que contém lixo orgânico removido do rio Tietê.

Com o passar do tempo, o material começa a emitir gás metano, sem cheiro, que é tóxico e pode causar explosões.

O risco de acidentes dentro de ambientes fechados, onde o gás pode ficar armazenado, é real, segundo os técnicos ambientais que visitaram o local em 2012.

Os professores dizem que ficaram alarmados após o surgimento da placa, porque, até então, a informação vinda da direção era de que tudo estava sob controle.

Dizem que a greve foi decretada para saber qual é a situação real da área.

Amanhã, um grupo irá à Cetesb para obter informações oficiais do problema de contaminação do solo.

Segundo a agência paulista, a direção da USP deveria ter feito investigações mais profundas do problema, construir dutos de extração de gases em vários locais e enviar ao órgão relatórios técnicos com o monitoramento de toda a situação.

Por isso não ter sido feito, segundo a Cetesb, é que a advertência ocorreu.

A USP Leste nasceu em uma área problemática. A contaminação do solo atrasou, por exemplo, a licença de operação do local.

Os prédios funcionaram sem licença de operação ambiental entre 2005 e 2012.

Se o órgão ambiental entender que as providências exigidas não estão sendo tomadas, poderá haver uma multa e, até, no futuro, uma interdição dos prédios.

Episódio semelhante, por causa também do risco de explosão do gás metano, ocorreu no shopping Center Norte, em 2011. O centro comercial chegou a ser fechado.

Para o professor de gestão de políticas públicas Pablo Ortellado, a suspensão das aulas foi necessária para garantir a segurança dos funcionários: "A comunidade corre riscos graves de saúde."


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