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Análise

Militarização, bicos e salários baixos contribuem para as ocorrências

GUARACY MINGARDI ESPECIAL PARA A FOLHA

Policiais de folga em tiroteios não são novidade. Um dos motivos é que a maioria atua como segurança privada no horário em que deveria descansar. Outro são os baixos salários, que os obrigam a morar em locais inseguros.

E qualquer PM que seja reconhecido como tal pelos vizinhos corre o risco de virar o xerife do bairro, o que é ruim para ele e a corporação.

A participação de policiais em mortes e tiroteios é coisa do dia a dia no país. O número de pessoas mortas por policiais em serviço, só em São Paulo, é bem maior do que a totalidade de ocorrências do mesmo tipo em todo os EUA.

É difícil dizer que a culpa é só da cultura brasileira, que seria muito violenta. Afinal, há muitos países violentos, a começar pelos EUA, mas na maioria a polícia mata menos.

Provavelmente, a maior parte da culpa tem a ver com o regime militar de 1964 a 1985, quando houve intensa militarização da polícia, não só no nome, mas no espírito.

Foi quando se criou a geração dos "tenentes bandideiros" em São Paulo. A maioria ingressou no final dos anos 1960 e início dos 1970. A eles foi passada pelos generais uma filosofia simples: vagabundo bom é vagabundo morto!

E transformar essa mentalidade demora pelo menos uma geração. Enquanto isso, os policiais matam e morrem além do necessário.


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