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Manifesto de professores critica greve de alunos da USP

Há 'imposição forçada' aos demais, diz texto

DE SÃO PAULO

Mais de uma centena de docentes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, a FFLCH, da USP, assinou ontem um manifesto com críticas ácidas à forma como as lideranças do movimento estudantil, ligadas a grupos ultraesquerdistas, têm conduzido a mobilização por eleições diretas do futuro reitor da universidade.

Há três semanas, estudantes invadiram a sede da reitoria da USP e paralisaram as aulas na maior parte dos cursos da FFLCH.

"A imposição forçada da greve ao conjunto da faculdade se dá por métodos de coerção inaceitáveis e inapropriados ao convívio universitário", aponta o texto de docentes como o ex-presidente da Associação dos Docentes da USP, Flavio Wolf de Aguiar, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, José Álvaro Moisés, de ciência política, e Davi Arrugucci Junior, professor emérito da FFLCH.

O texto traz autocríticas sobre a atuação dos docentes: "Temos abdicado de apontar e condenar as derivas autoritárias e truculentas de uma parcela nem sempre representativa dos alunos".

Referem-se aos chamados "cadeiraços", empilhamentos de cadeiras e móveis nas portas das salas de aulas, de modo a impedir qualquer atividade acadêmica.

Ontem, a Folha viu "cadeiraços" na rampa de acesso às salas de história e geografia e de ciências sociais.

Segundo professores como Laura de Mello e Souza, da história, e Sergio Miceli, da sociologia, "desde que os piquetes começam, a vontade da minoria militante impera, dificultando ouvir as vozes dissonantes, mesmo majoritárias, sepultando o diálogo entre os próprios estudantes e destes com os docentes".

Em assembleia de história e geografia, com 80 estudantes, o texto foi lido. Um militante chamou os signatários de "direitistas sabotadores da mobilização". Aplausos.

Na assembleia de ciências sociais, com 150 estudantes, uma aluna chamou de "à beira do fascismo" o recurso ao piquete de cadeiras. A polêmica prossegue hoje, já que o "cadeiraço" se mantém, a greve e a invasão da reitoria, idem.


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