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Do barraco alugado a dono de 8 imóveis em Paraisópolis

ARETHA YARAK DE SÃO PAULO

Quando chegou a Paraisópolis em 1974, o mineiro Sivaldo Ferreira Santos, 67, vivia abaixo da linha da pobreza. Empregado como servente na construção civil, tinha renda suficiente apenas para alugar um barraco de madeira.

Foi na própria favela da zona sul de São Paulo, ainda na década de 1970, que sua vida começou a mudar. Sivaldo conseguiu um emprego em um restaurante, onde ficou por 35 anos até se aposentar.

"Pela primeira vez, consegui um emprego bom, com um salário mais digno. Minha vida começava, enfim, a melhorar", diz.

Com mais dinheiro, ele optou por investir no mercado imobiliário, que crescia em Paraisópolis.

Atualmente, ele é dono de oito pontos, entre salas comerciais e residenciais, além da casa onde mora. "Hoje, vivo com a renda desses imóveis."

A decisão foi acertada. Paraisópolis é hoje a maior favela da cidade e reúne, segundo o IBGE, reúne 43 mil pessoas.

O crescimento populacional esbarrou na falta de espaço físico: o deficit cada vez maior de terrenos para a construção de residências vem verticalizando a favela.

"Paraisópolis está muito lotada, cada vez mais populosa. É muita gente, muito barulho e pouco espaço", diz a comerciante Denise Maria da Silva, 27.

CONTRATO DE BOCA

Foi esse boom populacional que fez da especulação imobiliária uma boa fonte de renda não só para Sivaldo, mas para centenas de outros moradores.

"Aqui, o valor do aluguel não é regulamentado. Os valores são combinados verbalmente, de acordo com o que cada dono acha melhor", explica Joildo Barreto dos Santos, vice-presidente da União.

Apenas dos aluguéis de seus imóveis, Sivaldo acumula uma renda mensal de cerca de R$ 4.800. Somam-se a isso as duas aposentadorias que ele e a mulher recebem.

"Quando cheguei, não tinha dinheiro nem para comprar meu cigarro. Agora, já posso viver com mais conforto", afirma.


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