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Delegado pede nova prisão de casal detido em protesto

Luana e Humberto 'Baderna' foram enquadrados com base em lei da ditadura

Defensor dizia que eles não participaram de atos de violência e que só fotografavam a manifestação em SP

RICARDO BUNDUKY DE SÃO PAULO

O delegado João Carlos dos Santos, do 3º DP (Campos Elíseos), concluiu o inquérito sobre o casal Luana Bernardo Lopes, 19, e Humberto Caporalli, 24, detidos durante uma manifestação em São Paulo em outubro, e solicitou novamente a prisão dos dois.

O casal foi enquadrado com base na Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de três a dez anos de detenção em regime fechado para quem "praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, estaleiros, portos, aeroportos".

O indiciamento por essa lei é algo raro desde o fim do regime militar, nos anos 80.

Dois dias depois da prisão, o casal foi liberado por uma decisão da Justiça. Eles negam atos de violência.

Luana ficou detida no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha (Grande SP). Humberto ficou preso no CDP do Belém.

Na noite de ontem, a reportagem entrou em contato com o advogado Geraldo Santamaria Neto, um dos defensores de Humberto e Luana à época da prisão, mas ele disse que não presta mais serviços para o casal. Outros defensores de Luana e Humberto não foram encontrados até a conclusão desta edição.

Humberto usava o apelido "Humberto Baderna" no Facebook, em referência à anarquista italiana Marietta Baderna (1828-1870), que se exilou no Brasil alegando perseguição política.

MANIFESTAÇÃO

O protesto em que o casal foi preso, no dia 7 de outubro, ocorreu na região central de São Paulo, em apoio à greve na USP e à paralisação dos professores do Rio por reajustes salariais.

De acordo com a polícia, o casal carregava latas de spray, uma bomba de gás lacrimogêneo "aparentemente utilizada" e uma cartilha de como se portar em protestos.

O delegado utilizou no inquérito as imagens de uma câmera fotográfica apreendida com o casal.

Policiais afirmaram que os dois teriam pichado prédios, incitado a violência e ajudado um grupo a virar um carro da polícia de ponta-cabeça na avenida Rio Branco, na região central da cidade.

Segundo o defensor, Humberto e Luana estavam no ato, mas não participaram dos atos de vandalismos. Ele disse que a bomba apreendida na mochila do rapaz era apenas um pedaço do objeto, guardado como recordação.

"Eles se refugiaram em um bar e foram abordados pela polícia quando seguiam para o metrô, a caminho de casa", afirmou o advogado à época das prisões.

A defesa disse também que Luana e Humberto só fotografavam a manifestação e que não participaram de nenhum tipo de violência.


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