Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Joaquim e padrasto tinham boa relação, dizem familiares

Parentes afirmam que apenas um surto explicaria suposto envolvimento de Guilherme Longo na morte do menino

Após prisão, mãe do garoto disse à polícia que Longo 'é agressivo'; Promotoria vê indício de crime premeditado

DE RIBEIRÃO PRETO

"Ele me disse que estava tomando cerveja novamente. Isso é um problema. A bebida leva às drogasPEDRO ALBERTO DE SOUZAcoordenador da clínica onde Longo se tratou

Familiares e amigos do padrasto de Joaquim Ponte Marques, 3, acreditam que só um surto psicótico, causado após consumo de drogas, explicaria o suposto envolvimento de Guilherme Raymo Longo, 28, na morte do menino.

Joaquim foi encontrado morto no último domingo no rio Pardo, na região de Ribeirão Preto (SP), após cinco dias de desaparecimento.

Durante toda a semana passada, a reportagem ouviu 24 pessoas que convivem ou já conviveram com Longo e com a sua mulher, Natália Mingoni Ponte, 29.

Eles estão presos desde o dia em que o corpo foi encontrado e são apontados pela polícia como os únicos suspeitos do crime até agora.

Descrito como um filho amoroso, apaixonado pela mulher e carinhoso com o enteado, Longo era chamado de "Guigui" pelo pequeno Joaquim, contam os entrevistados. Dizem que era comum vê-los brincando juntos.

Longo é o filho mais velho de Augusta e Dimas --foi adotado, assim como seus dois irmãos. "O Guilherme que conheci seria incapaz de cometer crime", disse uma amiga, que não quis se identificar.

Esse perfil contrasta com depoimentos de Natália após ser presa --que apontam para a agressividade do marido--, passagens policiais por roubo e vício em cocaína. A Promotoria afirma ver indícios de premeditação na morte.

INÍCIO DA RELAÇÃO

A relação dos dois teve início há dois anos, quando ele estava internado na clínica Santa Rita de Cássia 2, em Ipuã, para se recuperar do vício em cocaína e álcool.

Funcionários da Comunidade Terapêutica Santa Rita de Cássia 2, que conviveram com Longo, disseram que a relação dele com o garoto era de afeto e que o relacionamento com Natália era normal, "como outro qualquer".

Eles se referem ao período em que os dois conviveram juntos no local.

Natália, psicóloga, começou a trabalhar na comunidade em abril de 2011. Longo iniciou atendimento em fevereiro de 2012 para se livrar do uso de cocaína e álcool.

Em agosto, concluiu o tratamento e passou a trabalhar na clínica como estagiário. Foi quando os dois iniciaram o relacionamento amoroso.

Um ex-diretor da clínica disse que Longo "não se comportava como quem se recuperava". Dois meses depois, o casal deixou a unidade e se mudou para uma casa em Ribeirão Preto --Natália morava até então com os pais, num apartamento em São Joaquim da Barra, a 32 km de Ipuã.

Há cinco meses, eles se mudaram para uma casa da família de Longo em Ribeirão, onde nasceu o filho do casal, hoje com quatro meses.

Foi de onde também, supostamente, Joaquim sumiu no dia 5 --a casa onde vivia o garoto tornou-se ponto de peregrinação de famílias, muitas delas acompanhadas dos filhos pequenos.

Cinco dias depois, os dois foram presos e Natália passou a acusar Longo de ser agressivo, ameaçar se matar e também de ter "tido recaída nos vícios".

"Ele me disse que estava tomando cerveja novamente. A bebida leva às drogas", disse Pedro Alberto de Souza, 29, coordenador da clínica.

Antes da morte do filho, Natália não havia relatado ameaça ou agressão --após brigas, ficou um mês na casa dos pais no início deste ano, que afirmaram nada saber.

O pai dela, Vicente Ponte, a apoiou para reatar o romance. "Não sei mais o que pensar da relação dos dois."

ANTECEDENTES

Antes de ir se tratar na clínica, Longo morou dois anos na Irlanda. Ele entrou em três faculdades (sem concluir nenhuma), passou a usar cocaína e a abusar de bebidas.

Longo tem duas passagens policiais por roubo. Em uma delas, ele foi acusado de levar R$ 150 e o celular de uma mulher, segundo dados do Tribunal de Justiça. Foi inocentado nos dois casos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página