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Mar destrói ciclovia antes de ela abrir em Ilhabela
Via foi construída na faixa de areia da praia
Alvo de protestos, a obra de uma ciclovia na faixa de areia de Ilhabela, no litoral norte de SP, foi destruída pela maré antes mesmo de ser inaugurada e ameaça algumas praias, segundo moradores e ativistas.
As obras, nas praias do Perequê, Barra Velha e Itaquanduba, integram projeto de uma ciclovia de 7 km entre a balsa e o centro histórico. Mas, afirmam moradores, as praias estão sendo afetadas.
Na praia do Perequê, tida como berço do kitesurf na região, a faixa de areia, que já era estreita, ficou repleta de ferro e pedras e quase não é vista em alguns pontos.
"A praia sumiu", reclama o instrutor Marcelo Dias, 37, que dava aulas na praia e agora diz poder velejar apenas na ponta que restou sem obra.
Movimentos ambientais planejam ir à Justiça pedir a revisão da obra e a realização de estudos de impacto. Um protesto contra o projeto foi marcado para esta tarde.
Segundo Luciano Bottino, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Ilhabela, que já fez vistorias no local, em alguns trechos a ciclovia vai estar "praticamente dentro do mar".
"A maré já destruiu alguns trechos e, para conter a destruição, estão jogando restos de pedras dentro do mar. Isso está mudando toda a dinâmica de correntes da orla marítima", afirma.
Segundo a gestora ambiental do Instituto Ilhabela Sustentável, Gilda Nunes, ninguém é contra a ciclovia, mas era melhor fazer a ciclofaixa na rua nesse trecho.
Em nota, a Prefeitura de Ilhabela negou que parte da obra tenha sido destruída pela maré e disse que o sistema de contenção segue normas técnicas.
A administração afirmou que parte dos danos ocorreu num quebra-mar que não faz parte da ciclovia --o que moradores contestam. Sobre Perequê, afirma que a faixa de areia foi reduzida por mudanças nas correntes marítimas.
A prefeitura disse ter autorização para fazer a obra e que realizou audiências públicas antes de iniciá-la. Entretanto, não respondeu se foi feito estudo de impacto ambiental.
