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Máfia do ISS

Irmão de ex-aliado de Kassab é suspeito de lavagem de dinheiro

Ele é dono de escritório onde grupo se reunia e onde havia cofre com R$ 88 mil; Promotoria investiga venda de flat

Advogado afirma que empresário Marco Aurélio Garcia não tem ligação com esquema de corrupção denunciado

DE SÃO PAULO

"Há elementos de lavagem de dinheiro por parte de Marco Aurélio GarciaRoberto Bodinipromotor, sobre o empresário que é irmão de Rodrigo Garcia, ex-secretário da gestão Gilberto Kassab (PSD) e atual secretário estadual

O Ministério Público vai investigar o empresário Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo Garcia --ex-secretário da gestão Gilberto Kassab (PSD) e atual secretário de Desenvolvimento da gestão Geraldo Alckmin (PSDB)--, por suspeita de lavagem de dinheiro do grupo de auditores da chamada Máfia do ISS.

O promotor Roberto Bodini divulgou que há suspeita de lavagem porque Garcia vendeu três flats a três auditores investigados por participação nas fraudes, sem registrar a venda em cartório.

Os auditores são Ronilson Rodrigues, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha, Eduardo Barcellos e Fábio Camargo Remesso.

Também ontem, o Ministério Público abriu um cofre apreendido no escritório que foi alugado em nome de Garcia e que era usado pelos auditores para reuniões. Havia R$ 88 mil em espécie.

Os advogados de Ronilson e Garcia negaram que eles sejam donos do dinheiro.

Rodrigo, irmão de Garcia, foi um dos principais aliados do ex-prefeito Kassab, com quem acabou rompendo.

As ligações de Garcia com o grupo surgiram depois que o Ministério Público apontou que ele era o locatário do escritório no centro de São Paulo onde os auditores se reuniam. O local, segundo a versão de Garcia, havia sido emprestado a Ronilson.

A Folha já havia revelado que Garcia confirmou ter feito a venda de um flat a Ronilson por "contrato de gaveta" --acordo entre as partes sem formalização oficial da transação. O mesmo ocorreu com os outros dois imóveis.

Bodini disse que a venda não teve registro porque o dinheiro tem origem ilegal.

O Ministério Público reuniu como prova da compra o contrato de gaveta em nome de Ronilson, que foi apreendido no dia 30 de outubro. E ainda obteve de Barcellos a confissão da compra. Além disso, uma testemunha informou que o terceiro flat foi adquirido por Remesso.

Ontem, o promotor disse que foi apreendido um extrato bancário de Ronilson que comprova que ele enviou R$ 389 mil para a conta de uma empresa que tem Marco Garcia como sócio.

"Há elementos de lavagem de dinheiro por parte de Marco Aurélio Garcia. Ele comprou os imóveis e os alienou aos auditores, que esconderam patrimônio através da compra desses imóveis."

OUTRO LADO

O advogado de Garcia, Rogério Cury, diz que seu cliente "não é beneficiário, intermediário ou sequer tem envolvimento com o esquema de corrupção envolvendo" a Máfia do ISS. Cury, em nota, nega que Garcia tenha mantido "relacionamento próximo, de amizade íntima" ou sociedade com Ronilson.

Segundo Cury, ele somente emprestou a sala usada como escritório pelo grupo e vendeu o flat, "negócio este devidamente documentado".

"Eventual ilação ou imputação de prática de ato ilegal ao sr. Marco Aurélio (...) não passa de ato lamentável e inconsequente", afirma.

Cury também nega relação comercial entre seu cliente e Rodrigo Garcia.


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