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Cotidiano

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Em um ano, queixas contra planos de saúde sobem 31%

Agência reguladora registrou 102 mil reclamações em 2013

Setor cresceu cerca de 4% no período; para especialista, cenário deve piorar com novas regras de cobertura

MARIANA SALLOWICZ DO RIO

As queixas de usuários contra as empresas de planos de saúde tiveram aumento de 31% em 2013 na comparação com o ano anterior, segundo balanço da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) obtido pela Folha.

Foram 102.232 reclamações no ano passado, a maior parte referente a negativa de cobertura (72,4%).

No mesmo período, o número de beneficiários aumentou cerca de 4%.

Especialistas atribuem o resultado a fatores como o crescimento desordenado do setor e a deterioração da qualidade dos serviços.

Já o diretor-presidente da ANS, André Longo, diz que a agência tem consolidado sua posição como mediadora de conflitos, o que resultou no maior número de reclamações registradas por ela.

"Conforme desempenhamos melhor esse papel, a tendência é que o consumidor procure mais a ANS, antes de recorrer ao judiciário."

Julius Conforti, advogado especializado na defesa do consumidor para a área da saúde, diz que há maior conscientização dos usuários.

Além disso, afirma, existe uma queda da qualidade dos serviços, ligada à "ineficaz fiscalização" da ANS.

Para Lígia Bahia, pesquisadora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, a ampliação da lista de procedimentos que precisam ser oferecidos pelas operadoras, em vigor desde o início do mês, deve fazer com que mais pessoas reclamem.

"Há uma certa ilusão na venda de planos de saúde. Como você pagando um plano de R$ 60 vai ter cobertura que dá direito, por exemplo, a um medicamento de R$ 40 mil? É impossível."

Os consumidores também têm como opção buscar órgãos de defesa do consumidor. O Procon-SP aponta aumento de 7% nas reclamações contra operadoras no primeiro semestre de 2013 na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Selma do Amaral, diretora de atendimento do órgão, diz que o crescimento mostra que, apesar das regras mais rígidas, o setor continua sendo problemático.

Em novembro, a agência suspendeu por três meses 150 planos de 41 operadoras pelo descumprimento de prazos e por negativas de cobertura.

A FenaSaúde (federação que representa os 17 principais grupos do setor) informou que os usuários têm mais canais para encaminhar suas dúvidas e reclamações.


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