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Acusados de morte de cinegrafista vão a júri

Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público, que acusa os dois manifestantes de homicídio qualificado

Defesa diz que réus não tiveram intenção de matar Santiago Andrade; ainda não há data para o julgamento

BRUNO CALIXTO DO RIO

A Justiça do Rio aceitou ontem a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os manifestantes Caio Silva de Souza, 22, e Fábio Raposo, 22, acusados de terem lançado o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade.

Ele foi ferido na Central do Brasil, durante manifestação contra o reajuste das tarifas de ônibus em 6 de fevereiro. Morreu quatro dias depois.

Com a decisão da Justiça, Souza e Raposo irão a júri popular para responder às acusações de homicídio triplamente qualificado --por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e emprego de explosivo-- e de crime de explosão.

Pela lei, cabe ao Tribunal do Júri julgar os crimes dolosos (intencionais) contra a vida, como assassinato e incentivo ao suicídio.

Se condenados, as penas dos dois jovens podem chegar a 35 anos de prisão.

Além disso, a Justiça converteu as prisões temporárias em preventivas. Isso significa que os dois devem ficar presos até que sejam julgados.

O advogado dos réus, Wallace Martins, afirmou que pretende entrar hoje ou na segunda-feira com pedido de habeas corpus para que seus clientes saiam da prisão.

Souza e Raposo estão no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Martins pretende ainda, na defesa dos dois, argumentar que eles não tinham a intenção de matar o cinegrafista e, com isso, mudar a qualificação do crime de homicídio doloso (com intenção) para culposo (sem intenção).

"Homicídio doloso é uma imputação excessiva neste caso", disse.

PARTIDOS

Em depoimento, Souza apontou o tatuador Raposo como responsável por acender o rojão que matou o cinegrafista. Raposo disse que só falaria à Justiça.

Souza disse ainda que "partidos que levam bandeiras [...] pagam os manifestantes" e afirmou já ter visto "bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos protestos dos quais participou, mas afirmou não saber detalhes sobre os pagamentos.

Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.

Ainda não há previsão de quando será o julgamento.


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