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Vou sem aperto, diz jovem que trocou ônibus por moto

FELIPE SOUZA LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

O atendente Sandro Souza de Oliveira, 22, é um dos milhares de paulistanos de baixa renda que trocaram o transporte público pelo conforto do carro ou da moto nos últimos anos.

Para fugir do desconforto do ônibus lotado, o morador do bairro do Imirim, periferia da zona norte, passou a ir trabalhar de moto há dois anos. A troca também o fez economizar tempo e dinheiro.

Antes, ele demorava 1h30 de casa até a loja de motos onde trabalha em Santa Cecília, no centro da cidade. "Hoje gasto só 15 minutos. E sem aperto", afirma.

Com a motocicleta, Souza gasta R$ 75 a menos por mês com gasolina do que desembolsava usando o Bilhete Único no transporte coletivo.

Ele aproveita as duas horas a mais no dia para ficar com a família e praticar esportes. "Agora, ainda consigo ir para a academia e jantar mais cedo", conta.

Na outra ponta --pessoas com renda familiar superior a R$ 4.976-- o auditor contábil Nilson de Lima Barboza largou o carro e encarrou trem e metrô. Ganhou o tempo que perdia no trânsito, diz ele. "Com o tempo extra, comecei a fazer inglês e consigo ler até dois livros por mês."

O empresário Gustavo Carvalho, 52, morador da Lapa (zona oeste), também desistiu do automóvel. Em seu caso, a decisão foi ideológica.

Há oito anos, sua Land Rover foi roubada. "A minha família decidiu que não valia mais a pena usar carro em São Paulo", conta.

Agora anda de bicicleta, ônibus e metrô. Como viaja bastante, também abandonou o táxi para ir até o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, após descobrir um ônibus que o liga ao Tatuapé. "Agora só uso o metrô e esse ônibus", diz.

Seus três filhos, na casa dos 20 anos, também preferem o transporte público para ir ao trabalho e à faculdade. Nenhum deles tem carro nem carteira de motorista.

Há quem ainda prefira o carro. O contador Moaci Alves de Sousa Junior, 35, que usa o carro para trabalhar há oito anos, afirma que não pensa em voltar à vida das catracas.

"Troquei por causa do conforto. Prefiro pegar trânsito a esperar ônibus e voltar para casa apertado depois."


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