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Greve de agentes prisionais afeta júris
Entre sexta-feira e ontem, 16 das 25 sessões nos quatro tribunais do fórum da Barra Funda foram canceladas
Transporte de presos entre a prisão e os fóruns está suspensa; sem transferências, cadeias estão lotadas
A greve dos agentes penitenciários de São Paulo, que completou uma semana ontem, afetou quase dois terços dos júris na capital.
Levantamento feito pelo Tribunal de Justiça a pedido da Folha nos quatro tribunais do júri do fórum da Barra Funda revela que houve cancelamento de 16 das 25 sessões envolvendo réus presos entre sexta e segunda.
O levantamento inclui as audiências para instrução de processos e os julgamentos com formação dos conselhos de sentença para decidir a situação dos réus presos.
Os agentes penitenciários são responsáveis por fazer o transporte dos detentos entre a prisão e os fóruns, escoltados por homens da PM.
Para a Secretaria da Administração Penitenciária, a decisão dos funcionários de não transportar os presos fere a liminar concedida pelo juiz Sergio Serrano Nunes Filho.
A decisão do magistrado prevê multa de R$ 100 mil a cada dia de descumprimento e em cada unidade prisional "requerente".
A Folha não conseguiu falar com representantes dos sindicatos no final da tarde de ontem para que pudessem comentar os dados.
Se, por um lado, a greve esvazia as audiências nos fóruns, por outro abarrota os distritos policiais da capital.
Sem poder levar os presos para os CDPs (centros de detenção provisória), os distritos estão superlotados.
Ontem, mais de 750 presos aguardavam transferência em oito unidades, cuja capacidade total é de 290 pessoas.
De acordo com levantamento feito pela Folha, a lotação nas cadeias ultrapassou em 66% a capacidade nas cidades de São Carlos, Batatais, Severínia e Santa Rosa de Viterbo.