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Jovem morre após ocupação da favela da Maré, no Rio

Mãe diz que jovem de 15 anos foi baleado em briga de favelas rivais; grupo fecha Linha Vermelha e tenta fazer arrastão

De manhã, ação policial transcorreu sem tiros; 450 kg de drogas foram apreendidos e 13 pessoas presas

DIANA BRITO OSNI ALVES DO RIO BRUNA FANTTI BRUNO CALIXTO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Um adolescente de 15 anos morreu com um tiro na boca ontem à tarde na favela Baixa do Sapateiro, uma das 15 que compõem o Complexo da Maré, zona norte do Rio, ocupado por policiais de manhã.

Vinicius Guimarães foi atingido em confronto entre facções rivais das favelas Baixa do Sapateiro e Nova Holanda.

Mãe de Vinicius, Roseane Guimarães, 31, contou que o filho brigava ao lado de moradores da Baixa do Sapateiro quando um jovem da Nova Holanda teria atirado nele. Mais três pessoas ficaram feridas, duas delas a tiros.

A morte fez com que o clima ficasse tenso no complexo, que tinha sido ocupado pacificamente pela manhã.

Moradores seguiram para a Linha Vermelha, em protesto, e fecharam a via. Um grupo tentou fazer um arrastão, atirando pedras contra carros que passavam.

De acordo com moradores, no momento em que policiais correram para prender os que tentavam assaltar motoristas, traficantes teriam atirado contra eles do alto de um viaduto, causando pânico entre os ocupantes dos carros.

Vinte e sete homens foram detidos. Com alguns deles foram apreendidos estilingues.

MANHÃ TRANQUILA

Pela manhã, mais de 1.300 homens das polícias Civil, Militar e Federal, com apoio de blindados da Marinha, ocuparam as 15 favelas do Complexo da Maré sem que um único tiro fosse disparado.

A ação começou às 5h. Às 9h40 policiais hasteavam as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro na Vila do Pinheiro para simbolizar que a ocupação foi feita com sucesso.

Foram presas 13 pessoas e cerca de 450 quilos de drogas foram apreendidos. Desde o início das ações, na semana passada, 118 foram detidos.

Ex-namorada de Menor P, chefe do tráfico da Maré preso na quinta-feira à noite, Dayana Barros Rodrigues, 23, está entre os detidos. Ela teve prisão temporária decretada pela Justiça, sob suspeita de associação para o tráfico.

Outros cinco homens foram detidos pela polícia em um acampamento improvisado sob um viaduto da Linha Vermelha. Entre eles estava Diogo da Silva Afonso, o DG, procurado por roubo.

Moradores evitavam falar com jornalistas por medo de retaliação de traficantes.

"Mesmo com desconfiança, acho legal [a ocupação] porque é muito bandido armado na rua", disse à Folha a auxiliar de serviços gerais J.R.S.

Em entrevista pela manhã, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, classificou as ações como bem-sucedidas.

Segundo ele, reunião com o Ministério da Defesa durante a semana vai definir quando paraquedistas do Exército irão substituir as tropas estaduais. A expectativa é que isso ocorra no sábado.

Mais cedo, o governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que a ação, a dois meses e meio da Copa do Mundo, foi uma resposta aos criminosos.

"Nos últimos três meses fomos provocados e intimidados pelo poder paralelo que queria enfraquecer uma política de pacificação extremamente vitoriosa."

A região será preparada para receber a 39ª UPP do Rio.


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