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Análise

Caso joga luz sobre politização do instituto nos últimos anos

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Erros na apresentação de dados são infelicidades a que estão sujeitos os melhores pesquisadores, ainda que se devam apurar eventuais descuidos na checagem de números e informações.

Há mais em jogo, porém, no episódio da pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) retratando, erroneamente, um país onde quase dois terços da população considerava merecedoras de ataques as mulheres que mostram o corpo.

Involuntariamente, o caso joga luz sobre a guinada sofrida pelo instituto a partir do segundo governo do presidente Lula, quando foi transferido do ministério do Planejamento para o Palácio do Planalto e passou a tratar rotineiramente de temas bem diferentes da pesquisa econômica prevista em sua sigla.

Com a ambição declarada de orientar políticas públicas, estudos produzidos pelo instituto não raro assumem um tom militante --e a pesquisa sobre "tolerância social à violência contra as mulheres" é um exemplo.

"Transformar a cultura machista que permite que mulheres sejam mortas por romperem relacionamentos amorosos, ou que sejam espancadas por não satisfazerem seus maridos ou simplesmente por trabalharem fora de casa é o maior desafio atualmente", diz o texto.

CINQUENTENÁRIO

Criado há 50 anos, no início do regime militar, o Ipea conta hoje com 297 pesquisadores, cuja remuneração, entre R$ 13,6 mil e R$ 19,4 mil, é suficiente para atrair quadros da elite acadêmica.

No Planalto, o instituto passou a ser alvo de disputa política.

Sob Lula, foi presidido pelo petista Marcio Pochmann; no governo Dilma, a partir de um entendimento com o PMDB, o posto passou a Marcelo Neri, estudioso da queda da pobreza e do impacto do Bolsa Família.


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