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Máfia do ISS deu Mercedes a irmão de ex-secretário, diz Promotoria

Chefe de grupo é suspeito de comprar carro para irmão de ex-integrante das gestões Kassab e Alckmin

Defesa de fiscal diz que desconhece a transação; advogado de empresário não foi encontrado ontem

ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO

O auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, suspeito de comandar a máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços), comprou um carro de luxo para o empresário Marco Aurélio Garcia, irmão de um ex-secretário das gestões Gilberto Kassab (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB), segundo o Ministério Público Estadual.

O Mercedes Benz S500 foi apreendido pela Justiça ontem, após ser entregue à polícia pela defesa do empresário.

Marco Aurélio é irmão de Rodrigo Garcia, deputado federal pelo DEM, ex-secretário de Gestão de Kassab na prefeitura e que nos últimos dias deixou o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Alckmin.

A apreensão do carro faz parte da investigação da quadrilha de fiscais suspeita de causar prejuízo de até R$ 500 milhões aos cofres municipais. Segundo a Promotoria, eles davam desconto no ISS das obras em troca de propinas pagas por construtoras.

Segundo as investigações, Rodrigues fez dois depósitos, de R$ 80 mil e R$ 75 mil, na conta de uma empresa, que transferiu o veículo para a LZG Consulting. Na Junta Comercial, Marco Aurélio Garcia consta como sócio e administrador dessa empresa.

Além disso, o endereço da empresa é o mesmo do escritório no largo da Misericórdia que era utilizado por Rodrigues e demais suspeitos. O local ficou apelidado como "ninho" da máfia do ISS.

"Se um empresário compra um carro de luxo e dá para um funcionário da prefeitura, isso tem ares de corrupção. O funcionário público dando um presente para o empresário, quando isso acontece, geralmente sinaliza lavagem de dinheiro", disse o promotor Roberto Bodini, que investiga o grupo.

O DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), da Polícia Civil, responsável por apurações de lavagem de dinheiro, abriu inquérito para apurar a transação.

Segundo Bodini, Marco Aurélio Garcia ainda será chamado para prestar depoimento. Anteriormente, a Promotoria apontou que ele teria comprado três flats na Rua Bela Cintra para os fiscais Ronilson Rodrigues, Eduardo Barcellos e Fábio Remesso, todos investigados.

A Folha ligou ontem à noite para o advogado de Marco Aurélio Garcia, Rogério Cury, que não atendeu nem respondeu aos telefonemas.

O defensor de Ronilson Rodrigues, Márcio Sayeg, afirmou que seu cliente desconhece a transação relacionada ao carro de luxo.

A reportagem não localizou Rodrigo Garcia ontem à noite. Antes, ele já havia dito à Folha que não tem ligações comerciais com seu irmão nem com os fiscais investigados.


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