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Casa da família vira ponto de peregrinação na cidade

DO ENVIADO A TRÊS PASSOS (RS)

A casa onde o menino Bernardo Boldrini, 11, morava virou ponto de peregrinação em Três Passos, cidade de cerca de 24 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul.

A fachada da casa de alto padrão, na rua Gaspar Silveira Martins, foi tomada por cartazes e velas. Abaixo de uma foto de Bernardo sorrindo, os dizeres : "Três Passos quer justiça. Ele só queria amor".

Ontem a noite, dezenas de pessoas foram até o local prestar homenagem ao garoto, rezar ou protestar. Muitos deixaram o local chorando.

Vizinho da família, o policial Mauro da Silva Dickel, 36, trouxe os filhos de 6 e 9 anos para colocar cartazes cobrando justiça pela morte.

"Ele não tinha a chave de casa e era obrigado a pular o portão (de dois metros de altura)", afirmou Dickel.

"Na primeira comunhão dele, o pai e a madrasta também não foram", completou.

A morte do garoto tornou ainda mais conhecida a história de rejeição de Bernardo.

De acordo com testemunhas, o menino procurava o carinho que lhe faltava em casa na escola e também na casa de amigos.

Bernardo havia apelado à Justiça no final do ano passado. O caso era acompanhado pela Vara da Infância de Três Passos, que chegou a apontar famílias para adotá-lo.

Como a situação de Bernardo não envolvia violência física, o juiz responsável pelo caso aceitou o apelo do pai para tentar refazer os vínculos com o garoto.

MÉDICO

O médico Leandro Boldrini, virou "doutor morte" entre a população. Uma das faixas coladas na porta da casa da família diz: "O herói que salvou tantas vidas acabou com a do próprio filho".

"Ele era um ótimo médico. Me operou duas vezes e salvou a vida do meu pai", disse o auxiliar de produção Moacir Albring, 29.

"No colégio Ipiranga, onde Bernardo era aluno no período da manhã, as aulas foram suspensas nesta semana. "Fizemos uma oração para ele", disse uma ex-colega de sala, Lívia Kook, 10.

"Ele era um bom amigo, não brigava com ninguém. Mas não era muito bom em matemática", disse, após a reportagem perguntar do que lembrava do amigo.

O traço mais marcante, afirmou a menina, era o jeito carinhoso. "Ele cumprimentava até quem não conhecia, gostava muito de abraçar".


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